Ato público discute eliminação de sacolas plásticas no comércio

Política
Ato público discute eliminação de sacolas plásticas no comércio 12 janeiro 2012

A Câmara Municipal de Botucatu promoveu na noite desta quinta-feira (12) um ato público para conscientizar a população sobre o impacto das sacolas plásticas descartáveis no meio ambiente e a importância de substituí-las por materiais menos agressivos ? natureza.

O evento contou com as presenças do prefeito João Cury Neto; do presidente da Câmara, André Rogério Barbosa (Curumim) e demais vereadores; do presidente do Conselho Deliberativo da Apas, João Sanzovo Neto; do secretário municipal de Meio Ambiente, Layre Colino Júnior; do presidente da ACE/CDL, Emílio Angella Neto, além de outras autoridades e comunidade, de uma maneira geral.

Na oportunidade, as autoridades assinaram um protocolo de intenções que prevê a eliminação gradual do uso de sacolas plásticas descartáveis no município, dando aos clientes a opção de utilizar sacolas biodegradáveis, sacolas retornáveis (ecobags) ou, ainda, caixas de papelão. As grandes redes de supermercado que respondem por 80% das sacolas plásticas que circulam na Cidade, já se comprometeram em aderir ? campanha.

De acordo com o prefeito João Cury Neto, o encontro teve por objetivo consolidar um grupo de discussão que possa propor medidas viáveis para extinção do uso de sacolas plásticas no município. “Trata-se de uma tendência nacional e Botucatu não podia ficar de fora”, coloca Cury, apontando que a medida deve favorecer os próprios comerciantes. “Apesar de haver a necessidade de investimentos em campanhas de conscientização, num segundo momento os estabelecimentos comerciais deixarão de gastar recursos financeiros com a distribuição de sacolas plásticas”, salienta.

O presidente do legislativo, Curumim apontou uma série de benefícios que poderão ser alcançados com a extinção do uso de sacolas plásticas. “De modo geral, o controle do uso de sacolas plásticas beneficia diretamente o meio ambiente”, diz. “Mas, em ações práticas, também representa um tempo maior de uso e redução de danos ambientais, do aterro sanitário local, já que a circulação de sacolas plásticas na Cidade será reduzida”, afirma.

Presidente do Conselho Deliberativo da Apas, João Sanzovo Neto, reconheceu que as sacolas de plástico constituem hoje um grande problema ambiental. “Por isso é muito importante esta campanha, que está sendo feita a nível nacional, tenha o engajamento de todos e os supermercados, shoppings, lojas e afins, que ficarão obrigados a fixar aviso informativo, em locais visíveis ao público dentro dos estabelecimentos estimulando o uso de sacolas reutilizáveis, confeccionadas com material resistente e que suportem o acondicionamento e transporte dos produtos e mercadorias em geral”, frisou Sanzovo.

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Com esta proposta, os fabricantes, distribuidores e estabelecimentos comerciais ficam proibidos de inserir terminologias e símbolos que remetam a idéia de que as sacolas plásticas são produtos degradáveis, ou qualquer outra que indique vantagem ecológica em tais produtos.

Os polímeros utilizados na produção de sacolas plásticas são derivados do petróleo. Seu uso, de forma arbitrária, constitui num verdadeiro desperdício dos recursos da natureza, embalando até mesmo o que já está embalado. A decomposição desse material nos aterros e lixões leva mais de 100 anos e contribui significativamente para aumentar o volume do lixo em 15% a 20%.

Assim, o tempo de vida útil dos aterros obrigatoriamente leva em conta esse volume, obrigando os órgãos públicos a procurar novas áreas. Além disso, os sacos plásticos, por serem impermeáveis, formam perigosos bolsões de gases prejudicando o processo de decomposição dos resíduos.

Calcula-se que, no mundo, são consumidos 500 bilhões de sacos plásticos por ano, ou 1,5 bilhão por dia, ou ainda 1 milhão por minuto. E no Brasil não é diferente. O nosso país produz anualmente 210 mil toneladas de filme plástico, com o qual são fabricados os saquinhos plásticos.

As estimativas revelam que os brasileiros jogam fora, todos os meses, um bilhão de sacolinhas, o que revela uma média de 66 unidades para cada consumidor por mês, ou seja, cerca de duas sacolinhas por habitante por dia. Seguindo essas estimativas, o município de Botucatu utiliza hoje cerca de 7 milhões de sacolinhas por mês, o que corresponde a 35 toneladas/mês.

Fotos: Valéria Cuter

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