Um caso de assassinato com requintes de violência e crueldade foi registrado na noite desta quarta-feira, por volta da 21 horas, na Rua Raul Torres nos fundos da residência de número 700, região do Jardim Brasil, na periferia da cidade. Nesse local existe a casa principal na frente e um corredor onde vários cômodos são alugados pela proprietária. Os vizinhos chamam o local de cortiço e foi em um desses cômodos que o crime aconteceu.
Consta que um senhor de 60 anos chamado Miguel Francisco e trabalhava como pedreiro se desentendeu com um vizinho de nome Manoel Alves dos Santos, de 38 anos, que trabalha como ajudante geral. Os dois passaram a discutir e entraram em luta corporal. No calor da briga, Manoel dos Santos apanhou um pedaço de madeira (caibro de construção) e desferiu vários golpes contra a cabeça de Manoel Francisco, que morreu no cômodo onde morava. Em razão das pancadas recebidas, a cabeça da vítima ficou desfigurada.
Menos de meia hora depois do crime o assassino foi preso por intermédio de um trabalho realizado pelos agentes Barcaça e Pichinin, do Grupo Especializado em Patrulhamento Preventivo com Motos (GEPOM), da Guarda Civil Municipal e recolhido ? Cadeia Pública local, onde permanece ? disposição da Justiça e, oportunamente deverá ser submetido ao crivo de um júri popular. O homicida estava tentando fugir quando foi preso em flagrante pelos guardas municipais.
Já preso, Manoel Santos alegou que quando caminhava para sua casa foi interceptado e passou a discutir com Francisco que teria apanhado o caibro e desferido um golpe contra sua cabeça. Ele me bateu primeiro com o pau e tirou sangue do meu rosto. Consegui tomar o pau da mão dele e revidei. Ele correu pra dentro da casa, mas fui atrás, comentou o homicida mostrando o corte no rosto.
Os motivos da discussão que gerou o assassinato foram banais segundo relato do autor do crime. Ele era meu amigo e a gente sempre conversava. Eu ia na casa dele e ele vinha na minha. Porém hoje (ontem) ele invocou comigo. Eu tinha tomado umas cachaças e isso complicou tudo. Eu deveria ter ido embora, mas garrei ficar discutindo e fiz besteira, disse Santos, que é natural da Bahia.
E complementa: Agora como vai ficar? Eu vou ser preso? Eu vou morrer? Sou um cabra honesto que nunca entrou numa delegacia, pode pegar minha ficha aí. Sou trabalhador e quero voltar pra minha terra. Não queria ser preso, porque não queria matar ninguém, mas acabou que aconteceu.
Os moradores do cortiço ouviram a discussão entre os dois homens, mas ninguém quis interferir, já que as discussões entre os moradores são comuns. Todo mundo aqui ouviu a briga, mas ninguém saiu da casa, disse uma testemunha que não quis ser identificada e traçou um pequeno perfil dos dois envolvidos. O `Baiano é invocado, violento e bebe muito, mas o seu Chico era pacato e só saia de sua casa para ir trabalhar. É uma pena que isso tenha acontecido aqui, onde moram oito famílias e muitas crianças.
Fotos: Valéria Cuter
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