Fotos: Valéria Cuter – arquivo
Um caso de assassinato com requintes de violência e crueldade, ocorrido na noite do dia 10 de janeiro de 2010 na Rua Raul Torres, nos fundos da residência de número 700, região do Jardim Brasil, será levado a júri nesta quinta-feira (4) no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subsecção de Botucatu, sob a presidência do juiz Marcus Vinícius Bachiega.
Representando o Ministério Público estará atuando o promotor de Justiça Marcos José de Freitas Corvino e o réu Manoel Alves dos Santos, de 40 anos, o Baiano, terá seu destino traçado por um Conselho de Sentença (júri) formado por sete pessoas (entre homens e mulheres) da sociedade botucatuense. Essas pessoas serão escolhidas por sorteio, entre as 25 convocadas pela Justiça.
Consta nos autos que no local do assassinato existe a casa principal na frente e um corredor onde vários cômodos são alugados. Os vizinhos chamam o local de cortiço e foi em um desses cômodos que o crime aconteceu, contra um senhor de 60 anos chamado Miguel Francisco conhecido como seu Chico e trabalhava como pedreiro.
Após uma discussão e luta corporal, Manoel Santos apanhou um pedaço de madeira (caibro de construção) e desferiu vários golpes contra a cabeça de Miguel Francisco, que morreu no cômodo onde morava. Menos de meia hora depois do crime o assassino foi preso por intermédio de um trabalho realizado pelos agentes Barcaça e Pichinin, do Grupo Especializado em Patrulhamento Preventivo com Motos (GEPOM), da Guarda Civil Municipal e recolhido ? Cadeia Pública local, onde permaneceu ? disposição da Justiça para ser julgado.
Na ocasião de sua prisão, Manoel Santos alegou que quando caminhava para sua casa foi interceptado e passou a discutir com Francisco que teria apanhado o caibro e desferido um golpe contra sua cabeça. Ele me bateu primeiro com o pau e tirou sangue do meu rosto. Consegui tomar o pau da mão dele e revidei. Ele correu pra dentro da casa, mas fui atrás, comentou o homicida mostrando o corte no rosto.
Os motivos da discussão que gerou o assassinato foram banais segundo relato do autor do crime. Ele era meu amigo e a gente sempre conversava. Eu ia na casa dele e ele vinha na minha. Porém, hoje (ontem) ele invocou comigo. Eu tinha tomado umas cachaças a mais e isso complicou tudo. Eu deveria ter ido embora, mas garrei ficar discutindo e fiz besteira, disse Santos, que é natural da Bahia.
Os moradores do cortiço ouviram a discussão entre os dois homens, mas ninguém quis interferir, já que as discussões entre os moradores são comuns. Todo mundo aqui ouviu a briga, mas ninguém saiu da casa, disse uma testemunha que não quis ser identificada e traçou um pequeno perfil dos dois envolvidos. O Baiano é invocado, violento e bebe muito, mas o seu Chico era pacato e só saia de sua casa para ir trabalhar. É uma pena que isso tenha acontecido aqui, onde moram oito famílias e muitas crianças.
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