Foram pouco mais de duas horas para que o Conselho de Sentença (júri popular) formado por sete mulheres da sociedade botucatuense, depois de ouvir o debate entre a acusação e defesa, absolvesse o réu Ademar Rodrigues da Silva, de 63 anos. Ele foi submetido a julgamento acusado de tentativa de homicídio cometido contra sua mulher Neusa Maria Bardela, atualmente, com 61 anos. Na presidência dos trabalhos esteve atuando a juíza Adriana Tayano Fanton Furukawa.
Na denúncia consta que o réu, na madrugada do dia 21 de janeiro de 2005, na Rua Teixeira, no Bairro Cidade Vila Jardim, de posse de uma faca comum de cozinha, desferiu dois golpes contra a esposa que é muda, depois de chegar de um bar que costumava freqüentar. No quarto, após uma discussão ele golpeou a mulher atingindo o peito e a perna direita. Ela correu para o banheiro e, posteriormente, para uma casa vizinha.
Depois do crime a polícia foi acionada e Ademar Silva, que é cabo reformado da Polícia Militar chegou a ser preso recolhido ? prisão militar de Romão Gomes,em São Paulo, mas conseguiu ser beneficiado e passou a responder o processo em liberdade, aguardando o julgamento. O casal se reconciliou e passou a morar junto, novamente.
A advogada defensora Lélia Sogayar, assistida pelo advogado Roberto Fernando Bicudo, conseguiu desqualificar o crime de tentativa de homicídio para lesão corporal. O próprio Promotor Público Marcos José de Freitas Corvino acatou essa tese, que também foi assim entendida pelo Corpo de Jurados. Como o crime de lesão corporal estava prescrito, Ademar Silva, sequer terá o crime constado nos seus antecedentes criminais.
Não havia nenhuma razão para que o réu fosse julgado pela tentativa de homicídio, pois sua intenção não era essa, pois amava a esposa. Tanto é verdade que depois desse acontecimento voltou a viver junto com ela e ambos estão felizes até hoje, comemorou a advogada Lélia Sogayar. Podemos dizer que foi feito Justiça e agora ele poderá tirar esse peso das costas, complementou Bicudo.
Aliviado com a decisão dos jurados, Ademar Silva, temia ser condenado. Já se passaram muitos anos e fiquei com medo de ser condenado. A gente não sabe o que pode acontecer. Graças a Deus posso dizer que saio daqui aliviado e agradecido pelo trabalho dos advogados, comentou o réu. Agora posso voltar a viver a minha vidinha em paz, com cabeça erguida e consciência tranqüila, completou.
Fotos: Valéria Cuter
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