Na noite desta terça-feira o policial militar Nivaldo Barbosa foi preso em flagrante, nas proximidades do Hospital Regional Sorocabana, na Vila dos Lavradores e no início do Jardim Paraíso. Segundo consta, esse PM teria procurado a família de um rapaz que está preso por tráfico oferecendo para depor a favor dele no dia do julgamento e exigiu para isso a quantia de R$ 150 mil, depois teria abaixado para R$ 100 mil e mais, posteriormente, R$ 50 mil, aceitando um veículo Astra no negócio, mas exigia R$ 5 mil adiantados.
Ele foi arrolado como testemunha de acusação no processo e tentou negociar seu depoimento na audiência que seria dada em juízo, favorável ao réu. Os advogados Vitor Deleo e Cecílio Everaldo, que defendem os interesses dessa família, pediu que os nomes fossem omitidos, por motivos óbvios.
A família, orientada pelos advogados gravaram as negociações e entregaram no Ministério Público que, por sua vez, comunicou ao comando do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM-I). O encontro para o pagamento foi marcado para a noite desta terça-feira em um estabelecimento comercial onde o policial fazia bico como segurança e após receber parte do que havia combinado (R$ 1.500,00) teve voz de prisão em flagrante, pela equipe da Força Tática, comandada pelo tenente Sayki.
Flagrado, imediatamente, foi algemado, desarmado e encaminhado ao Plantão Permanente, onde aconteceu uma grande movimentação, com a presença das maiores autoridades policiais de Botucatu. O delegado Sergio Castanheira ratificou voz de prisão já dada, anteriormente, a esse policial que tentou extorquir dinheiro da família. O flagrante teve início por volta das 21 horas e só foi concluído ? s altas horas da madrugada.
No plantão era nítido o desalento dos policiais, principalmente, dos oficiais que exercem poder de comando, com o caso envolvendo, diretamente, um dos seus membros, que até então tinha uma ficha limpa, sem nenhum envolvimento de atos ilícitos que desabonassem a sua conduta.
O comandante do 12º BPMI, tenente coronel José Aparecido Godoi Siqueira, que acompanhou o caso desde o seu início até seu desfecho final, lamentou o procedimento desse policial, mas deixou claro que este foi um fato isolado de uma pessoa que se aproveitou do uso da farda e de sua autoridade para tentar extorquir dinheiro (veja o vídeo).
{n}Atingindo a instituição{/n}
Para o coordenador operacional da Polícia Militar, major Marcelo Oliveira que acompanhou a prisão do seu subordinado, a situação, embora lamentável, pois atinge a instituição, tira da Corporação um cidadão que não merecia usar a farda. Antes do flagrante, as notas foram xerocadas, para que não houvesse nenhuma dúvida.
Este foi um ato isolado e em todas as profissões existem boas e más pessoas. Na PM, a situação se agrava, pois quem cometeu o crime é uma pessoa que tem o dever de combatê-lo. Menos de oito horas depois de recebermos a informação do Poder Judiciário sobre o envolvimento do policial com este crime, ele acabou sendo preso, sem nenhum tipo de corporativismo, declarou o major.
Disse que o policial foi conduzido ao presídio militar de Romão Gomes, em São Paulo, onde ficam presos os policiais que cometeram crimes no cumprimento de seu trabalho e não podem ser colocados em presídios com presos comuns, já que poderiam sofrer sérias represálias e até serem assassinados. Ele deverá cumprir a pena lhe será imposta pela Justiça e ser expulso da instituição, previu Siqueira.
O delegado seccional de polícia, Antônio Soares da Costa Neto, que acompanhou o casou, entende que, infelizmente, o policial foi seduzido pelo dinheiro fácil e achava que não seria denunciado por ser uma autoridade. Este tipo de crime é abominável, nojento, pois foi cometido por um profissional que deveria zelar pela segurança do cidadão. A atitude do comando da PM de Botucatu com relação a este caso, dando uma resposta ? sociedade, foi digna de todos os elogios, avaliou o delegado.
Por: Quico Cuter
Fotos: Macaru