Polícia feminina comemora 58 anos de atividades

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Polícia feminina comemora 58 anos de atividades 12 maio 2013

Paralelo a comemoração dos Dias das Mães, a Polícia Militar do Estado de São Paulo comemorou na terça-feira (14) Dia da Policial Feminina. O capitão Aleksander Lacerda do 12º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I), de Botucatu, conta que foi promovido, em Sorocaba, o encontro das policiais femininas da região do CPI-7. “Nossas mulheres policiais foram homenageadas e assistiram a palestrante Leila Navarro sobre o tema “O poder de superação do dia-a-dia da policial feminina e ao término foi oferecido um “coffee break””, enfoca.

De acordo com a capitão Kátia Regina Christófalo, as mulheres, atualmente, estão em todos os postos da PM, como a Força Tática, atendimento telefônico, Ronda Escolar, Policiamento Ostensivo, Ambiental, Corpo de Bombeiros, entre outros. “Assim é a vida das mulheres que escolheram como profissão, a carreira militar”, diz Kátia.

Enfoca a capitão da PM que ser policial já foi uma profissão só para homens, mas hoje seguir essa carreira também é uma escolha das mulheres. “Não temos privilégios, nem diferenciação e executamos as mesmas tarefas dos homens. Há muitos anos, quando foi criada a Polícia Feminina, tínhamos um trabalho diferenciado, mas hoje nós trabalhamos em qualquer lugar e exercemos todos os tipos de modalidade de policiamento”, observou.

Lembra que além das tarefas do serviço militar que visa dar segurança ? população portando armas e muitas vezes entrando em confronto com marginais, as policiais possuem suas rotinas normais, com atividades familiares. “Temos orgulho da profissão que escolhemos, mas por trás de uma policial fardada e armada, tem uma mãe, esposa, dona de casa, universitária, uma mulher comum”, conta a capitão.

Atualmente, as mulheres já são quase 10 mil na PM de todo o Estado, o equivalente a 10% de toda a corporação. Só no CPI-7 no qual o 12º BPM-I de Botucatu está subordinado, aproximadamente, 370 mulheres. O CPI-7 que agrega 79 cidades da região já foi inclusive comandando por uma mulher, a Cel PM Fátima Ramos Dutra e atualmente tem como seu Comandante o Cel PM Helson Léver Camilli.

{n}PF do Estado de São Paulo{/n}

Foi na década de 50 que surgiu a idéia de empregar mulheres em missões policiais no Brasil, com o intuito de sanar lacunas existentes na Organização Policial. Em 1953, a Dra. Hilda Macedo, assistente de cadeira Criminologia da Escola de Polícia, defende a igual competência de homens e mulheres ao apresentar no I Congresso Brasileiro de Medicina Legal e Criminologia uma tese sobre “Policia Militar”.

Em 12 de maio de 1955, o governador do estado, Jânio Quadros, institui na Guarda Civil de São Paulo, o corpo de Policiamento Especial Feminino e, na mesma data, a Dra. Hilda Macedo tornou-se a primeira comandante do Policiamento Especial Feminino.

Estava criada, assim, a primeira Policia Feminina do Brasil, pioneira também na América Latina, sendo-lhe atribuídas as missões que melhor se ajustavam ao trabalho feminino conforme as necessidades sociais da época: a proteção de mulheres e jovens.

Em 26 de maio do mesmo ano, publicou-se os requisitos para o ingresso no Corpo Especial. Dentre as 50 candidatas, 12 foram selecionadas para a Escola de Policia, para um curso intensivo de 180 dias. As 12 mulheres escolhidas e sua comandante foram chamadas “as 13 mais corajosas de 1955”.

Nas vésperas do Natal, 24 de dezembro de 1955, iniciou-se o primeiro trabalho com as novas policiais, levado a efeito nas escadarias da Catedral, instalando-se ali nosso primeiro posto de Policiamento. Nesses primeiros anos, agiam no campo da prevenção e como força de apoio a outros órgãos, como o setor de menores e mulheres, e também podiam ser vistas nos postos policiais das estações de trem da Sorocabana e Luz, e também no aeroporto de Congonhas.

Analisando a proposta de trabalho, observava-se que estavam sincronizadas com os demais polícias, formando uma equipe de colaboradoras para a prevenção da criminalidade. A filosofia da fundadora era de que não fariam patrulhamento e não usariam armas. A manifestação física seria branda, porém enérgica, valendo-se da persuasão.

A canção da Polícia Feminina foi composta em julho de 1956 e foi cantada pela primeira vez na Formatura da segunda turma em 14 de setembro de 1956 pós um período experimental de quase quatro anos em que a existência da Polícia Feminina se baseava em um decreto governamental, teve a certificação pela Lei nº 5235 de 15 de janeiro de 1959 que, além de ampliar as funções atribuindo encargos de investigação, estabeleceu também a carreira de Policial Feminina, criando o cargo de chefia. A partir de então, passaram a ser subordinadas do Secretário de Segurança Pública.

Em 10 de dezembro de 1969, a Polícia Feminina passou a fazer parte da Guarda Civil de São Paulo e, em abril de 1970, houve a unificação da Guarda Civil e Força Pública, criando assim a Polícia Militar do Estado de São Paulo, ? qual a PF foi integrada em 9 de dezembro daquele ano, publicou-se a lei que dispunha sobre o efetivo do quadro especial de policiamento feminino e a criação do cargo de coronel. A comandante passou a ser a coronel Hilda Macedo.

Enfim, nestes 58 anos de existência a PF ampliou suas missões e passaram a atuar, além do policiamento ostensivo, em outras atividades como: trânsito, bombeiro, choque, policiamento rodoviário, ambiental, ROCAM, nas bikes, radiopatrulhamento, policiamento escolar, corregedoria, COPOM e nos serviços administrativo. Iniciaram o trabalho no quadro de Saúde como médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias ou como auxiliares de saúde, podendo ainda atuar como músicas no Corpo Musicais ou mecânicas de aeronaves, no Grupamento de Rádio Patrulha Aérea.

Desde 1º de janeiro de 2000 não existe mais os batalhões femininos, nem missão especial, pois todas foram integradas, operacionalmente, em todas as atividades da Polícia Militar, podendo exercer qualquer função em qualquer localidade.

Em 2001, o Governador Geraldo Alckmin, criou, no âmbito institucional, o dia do “Policial Militar Feminino” com o intuito de não se perder um fato significativo na História do Brasil e na bela trajetória da Polícia e no Estado de São Paulo.

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