Na manhã desta sexta-feira a Polícia Civil de Botucatu, por intermédio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), realizou a reconstituição assassinato cometido contra Elisângela Rodrigues Coelho, de 23 anos, ocorrido na madrugada de quinta-feira, por volta das 1h30, do dia 23 de julho. O crime aconteceu na Rua 14, região do Jardim Monte Mor e o único tiro disparado contra a mulher foi feito por Miguel Marques Ferreira, de 19 anos de idade. Quando os policiais militares cabo Cesar e soldado Márcio adentraram na casa, encontraram a mulher de bruços na cama, seminua, com um tiro no peito.
Com a presença da Polícia Técnica Científica, Miguel Ferreira relembrou os momentos que antecederam o crime e os motivos que o teriam levado a praticar o homicídio. Manteve a mesma versão de tiro acidental dada quando se apresentou ? DDM, acompanhado do seu advogado Danilo Carreira.
Durante a reconstituição revelou que quando chegou ? sua casa, percebeu o vulto de uma pessoa pulando a janela do quarto Só lembro que saí e fui correndo atrás com o revólver, que era dela (da Elisângela), mas não vi mais ninguém. Depois voltei para dentro e começamos a discutir, porque perguntei se ela estava me traindo. Ela partiu pra cima de mim tentando me agredir e eu estava com o revólver na mão. Ela bateu na arma que disparou. Eu fugi, mas não sabia que ela tinha morrido e enterrei a arma no quintal, lembra o autor do homicídio.
Foi Sandra Ferreira, mãe de Marques que morava em um cômodo da casa que ouviu o disparo, viu a mulher caída seminua na cama e acionou a polícia. Quando ouvi o tiro fui até o quarto e vi ela (Elisângela) caída na cama. Meu filho (Miguel Marques) não estava no local e chamei a polícia. Depois que fiquei sabendo que ela tinha levado um tiro. Estou muito triste porque meu filho não é uma pessoa ruim. Não sei o que aconteceu, comentou Sandra, na ocasião.
Segundo apurou a DDM, a mulher assassinada estava em Botucatu havia um mês, recém-chegada do Estado de Pernambuco. Conheceu Miguel Ferreira e passaram a morar juntos, até o desentendimento que resultou na morte da mulher. Houve indícios de que ela estaria grávida, mas essa informação não foi confirmada pela Delegacia da Mulher.
Diante dos fatos expostos, pedimos prisão temporária do acusado, que foi concedida pela Justiça. Mais recentemente pedimos a prorrogação da prisão para que o inquérito seja concluído. Fizemos a reconstituição do crime para inserir no relatório que será encaminhado ao Ministério Público, ressaltou a delegada titular da DDM, Simone Alves Firmino.
Para o advogado Danilo Carreira a reconstituição comprova que desde o primeiro instante Miguel Ferreira vem falando a verdade e o tiro foi acidental. Acho que não existe mais nenhuma dúvida de que o tiro que matou a mulher foi acidental, uma fatalidade. Até a trajetória da bala coincide com as declarações que ele deu e com a simulação que foi feita. Nosso próximo passo é pedir que a prisão seja revogada e ele possa responder ao processo em liberdade. Não há mais razão para mantê-lo preso, defendeu Carreira.
{n}Confira o vídeo desta reconstituição: {/n}
Fotos: David Devidé / Vídeo: Valéria Cuter
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