14 junho 2025
A Polícia Civil de Botucatu, através da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), está investigando um caso de importunação sexual contra um servidor público estadual da Unesp. O caso foi formalizado recentemente na Delegacia Especializada.
De acordo com a Polícia Civil, uma cuidadora que atua há cerca de dez anos em uma das Casas de Apoio da Unesp em Botucatu, registrou um boletim de ocorrência denunciando um homem por importunação sexual.
Documento policial informa que a profissional é contratada pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) e relatou que, ao longo dos anos, foi alvo de diversas abordagens de cunho sexual por parte do superior, com quem mantinha contato profissional. Segundo seu depoimento, as mensagens tinham forte conteúdo sexual e eram enviadas com frequência, mesmo sem qualquer tipo de consentimento.
De acordo com a vítima, as mensagens incluíam insinuações ofensivas e convites indevidos. Ela se comprometeu a apresentar à polícia os registros que ainda possui em seu celular.
A funcionária relatou ainda que, além de sua experiência pessoal, tem conhecimento de outros episódios semelhantes envolvendo o mesmo homem e outras colaboradoras. Algumas dessas mulheres teriam tentado registrar reclamações formais, mas acabaram sendo transferidas de turnos ou setores como forma de represália, disse a denunciante em boletim de ocorrência.
Ainda de acordo com relatório policial, a última mensagem de conotação sexual recebida pela vítima teria sido em novembro de 2024. Após o episódio, o comportamento do acusado teria mudado, tornando-se hostil em relação à funcionária, que atualmente está afastada de suas atividades administrativas há cerca de um mês.
A vítima afirmou que demorou para registrar os fatos por medo da influência do acusado. Outras três pessoas também compareceram à delegacia e foram ouvidas no mesmo inquérito, sendo duas mulheres e um homem.
O caso segue sob investigação da DDM/Polícia Civil de Botucatu. Outras pessoas devem ser ouvidas em depoimentos nos próximos dias.
Procurada pela reportagem, a Famesp disse que está ciente da denúncia e que instaurou um procedimento interno para apuração dos fatos. Confira na íntegra a nota enviada por sua assessoria de imprensa.
Compartilhe esta notíciaA Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) informa que está ciente da denúncia, que chegou de forma interna, envolvendo um de seus colaboradores e que já instaurou procedimento interno para apuração rigorosa dos fatos, sendo que quanto à questão envolta com a apuração na esfera criminal, diante do sigilo processual existente por lei, não teve acesso aos autos de eventuais inquéritos policiais instaurados. A instituição reafirma seu compromisso com a ética, a legalidade e o respeito às normas, e assegura que todas as providências cabíveis serão adotadas com a devida responsabilidade.
