03 março 2023
Sem comida, os animais estavam praticando canibalismo e alguns jacarés foram resgatados mutilados
Uma equipe da Policia Ambiental de Botucatu realizou o resgate de 120 jacarés-de-papo-amarelo em uma propriedade rural de Bofete. O flagrante aconteceu nesta sexta-feira, 03.
Os policiais Sargento Magorbo, Cabo Carlos e Soldado Juliana foram até o local após denúncias e constataram que os animais de médio e grande porte, estavam em 27 baias de concreto, totalmente abandonadas, com mato alto, canos entupidos por fezes e água parada com alto índice de mosquitos.
Todos tanques estavam cobertos por lodo e existia ossadas de jacaré dentro das baias, já que parte dos jacarés estava praticando canibalismo. Sem comida, eles se alimentavam dos mais fracos. Alguns foram resgatados com vida, mas mutilados.
Os vizinhos relataram aos policiais ambientais que há 4 meses ninguém mais vai a propriedade tratar ou cuidar dos jacarés. Os jacarés resgatados foram apreendidos e foi dado ciência ao órgão responsável da Secretaria do Estadual de Meio Ambiente, que providenciou alimentação e destinação dos animais a um local seguro.
O valor da multa aplicado ao proprietário do imóvel é de R$ 360 mil.
A espécie
A cor do jacaré-de-papo-amarelo é esverdeada, quase pardo, com o ventre amarelado. Tem o focinho largo e achatado e pode medir até 3 metros de comprimento. Os jacarés são animais de hábitos noturnos e durante o dia formam grupos para tomar sol.
Alimenta-se de peixes, aves e mamíferos. Seu período de reprodução é entre janeiro e março, época das grandes enchentes dos rios e põe entre 30 e 60 ovos por ninhada. Pode viver até 50 anos.
Os jacarés são animais ecologicamente importantes, pois fazem o controle biológico de outras espécies de animais, pois se alimentam dos animais mais velhos e fracos que não conseguem escapar de seu ataque.
Além disso, suas fezes servem de alimento a peixes e outros seres vivos aquáticos. Hoje, os jacarés-de-papo-amarelo fazem parte da lista de animais em extinção do IBAMA. Isso se deve, principalmente, pela destruição de seu habitat e à poluição dos rios.
