Depois de 90 anos, os últimos revólveres calibre 38 usados pela Polícia Militar no combate ao crime estão, irremediavelmente, aposentados. No 12º Batalhão de Polícia Militar de Botucatu (BPM-I), de Botucatu que agrega 13 municípios, o famoso três-oitão ou canela seca está superado.
A troca foi feita em toda Polícia Militar de São Paulo e em muitas cidades paulistas, o revólver 38 não era usado, oficialmente, desde o início de janeiro deste ano. Agora todos os PMs usam a pistola .40, que tem uso restrito aos policiais.
Na manhã desta sexta-feira (8) o capitão Aleksander, comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar, subordinada ao 12º BPM, revelou que a troca foi acontecendo, gradativamente. O equipamento é mais moderno e eficiente e a nova arma diminui o risco de inocentes serem atingidos nos tiroteios. Além disso, os PMs passaram por treinamento prático e teórico para uso da pistola semi-automática.
Segundo o capitão um dos principais motivos da troca foi a eficácia da nova arma e a segurança. Explica que durante um tiroteio, a bala de um revólver 38 pode transfixar (atravessar) o corpo de uma pessoa e parar em outra vítima. Já com o projétil da pistola não há esse risco. Além disso, a velocidade do tiro de um 38 alcança 260 metros por segundo, enquanto o disparo de uma .40 é de 370 metros por segundo, compara o capitão da PM.
Grande vantagem da nova arma é que seu carregamento é muito mais rápido e eficaz. No revólver ele é manual. Na pistola, é mais rápido por ser semi-automático. A quantidade de balas também muda. No 38, só cabem sete projéteis no tambor e a nova arma comporta até 16 no carregador. Isso aumenta a capacidade de ação da polícia durante uma troca prolongada de tiros com bandidos, frisa o oficial.
Outra diferença apontada pelo capitão da PM está no peso das armas. O revólver 38 pesa quase 1 kg e a pistola .40 pesa 850g, além de ser semi-automática e permitir que um número maior de cartuchos seja carregado na arma, diz Aleksander lembrando que os antigos revólveres 38 (cerca de 100 mil) foram recolhidos para serem destruídos pelo Exército Brasileiro.
Por: Quico Cuter
Fotos: Valéria Cuter