Mulher paga fiança para amásio que fez cova para enterrá-la

Polícia
Mulher paga fiança para amásio que fez cova para enterrá-la 21 outubro 2010

Na tarde desta quinta-feira esteve na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Rosinéia Rodrigues, de 34 anos, para pagar uma fiança estipulada em R$ 500,00 pela delegada Simone Alves Firmino, com a finalidade de soltar o seu amásio, o lavrador de nome Valmir de Oliveira, de 27 anos de idade. Ele foi preso na última terça-feira no Sítio Nonaca, que fica na região da antiga Cesp, zona rural da cidade e recolhido ? Cadeia Pública de Conchas.

Consta que esse cidadão estava ameaçando matar Rosinei Rodrigues, com uma faca e enterrá-la em um buraco feito por ele durante a madrugada. Também havia ameaçado matar e enterrar a dona do sítio que o teria despedido. Porém, quando os policiais chegaram ao local, encontraram Oliveira amarrado nos pés e mãos e com marcas de agressão, principalmente na região da cabeça.

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“Eu só estava assustando minha mulher, mas não queria matar ninguém, não”, alegou o acusado á nossa reportagem na ocasião de sua prisão. Sobre o buraco feito em uma área do sítio ele foi taxativo. “Aquele buraco é para as crianças brincarem. Eu só queria voltar para o Paraná, onde está minha família. Vim aqui em busca de trabalho e acontece isso”, colocou.

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A mulher, que foi vítima de ameaça praticada pelo indiciado e tem seis filhos (nenhum com Oliveira), salientou que ele estava nervoso porque havia sido dispensado (mandado embora) pela dona do sítio. “Ele saiu de noite, falando que iria cavar um buraco, pois pretendia matar a dona Rosa (Bitoche, dona do sítio) e jogá-la dentro e enterrar. Mas como ele bebe muito não dei bola. Chegou a convidar um amigo, o Valdir (Alves Góes, de 32 anos) para ajudar a cavar, mas este não aceitou”, comentou a mulher.

Para justificar o pagamento da fiança Rosinéia mudou a versão prestada, anteriormente, dizendo que seu amásio ameaçou agredi-la por causa do efeito da bebida e correu atrás dela com uma faca. “Ele toma um remédio para a cabeça (rivotril) e não pode beber, porque fica desorientado. Foi isso que aconteceu. Ninguém do sítio precisava ter agredido ele daquela maneira. Ele não ia fazer mal a ninguém”, disse a mulher.

Revela que conseguiu dinheiro da fiança através da mãe do indiciado. “Liguei para a mãe dele, que mora no Paraná e ela depositou o dinheiro na minha conta. Por isso vim aqui hoje pagar essa fiança para que ele seja colocado em liberdade. Depois que ele se recuperar nós vamos voltar a morar no Paraná. Aqui em Botucatu não dá mais pra ficar, depois de tudo isso que aconteceu”, frisa a mulher.

A mulher pagou a fiança e o delegado Celso Olindo assinou a soltura do rapaz. A delegada titular da DDM estava de folga, já que havia feito plantão durante a madrugada. “Agora nós vamos pra Conchas buscar o meu marido, só que pro sítio não posso voltar. Vamos arrumar um local para ficar esses dois próximos dias e depois viajar para o Paraná e recomeçar a vida”, concluiu a mulher.

Essa atitude tomada pela mulher, infelizmente é bastante comum na DDM. Várias mulheres agredidas e ameaçadas fazem denúncia contra seus respectivos maridos ou companheiros e abrem o Boletim de Ocorrência. Porém, no momento de fazer a representação para que sejam investigados, elas acabam retirando a queixa e os casos acabam arquivados.

Fotos: Valéria Cuter

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