Influenciador suspeito de integrar organização criminosa é preso em Botucatu

Polícia
Influenciador suspeito de integrar organização criminosa é preso em Botucatu 30 janeiro 2025

Operação Falso Profeta: organização criminosa fez 50 mil vítimas em vários estados pelas redes sociais, principalmente entre evangélicos.

Divulgação Polícia Civil

Uma organização criminosa especializada na prática de estelionatos por meio de redes sociais (fraude eletrônica) foi alvo de investigação da Polícia Civil nesta quinta-feira (30). A quadrilha induzia as vítimas a investir quantias em dinheiro com a promessa de receber valores exorbitantes.

Em Botucatu a operação “Falso Profeta” foi executada pela Delegacia Especializada DIG, sendo ela coordenada pela Policia Civil do Distrito Federal. Houve o cumprimento de 16 mandados em Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Um homem foi identificado como envolvido na Organização Criminosa Digital que aplica golpes financeiros a partir de canais de YouTube. Ele é apontado um dos influencers no caso investigado.

Em sua moradia em Botucatu a Polícia Civil apreendeu papéis, documentos, computadores, tabletes e pendrive. Todos os itens eram utilizados na consumação do crime, diz a Polícia Civil.

O suspeito reside em Botucatu há um ano. Ele é proveniente da cidade de Santos, litoral paulista e é considerado um dos mais influentes youtubers a serviço da Organização Criminosa, que tinha público alvo milhares de evangélicos pelo país, diz a investigação.

Como o golpe era aplicado?

A quadrilha abordava e persuadia as vítimas tanto em cultos e congregações quanto nas redes sociais, por meio de grupos no WhatsApp, canais no YouTube, Instagram e Telegram. O golpe consistia em convencer os evangélicos, utilizando sua crença íntima de que eram pessoas escolhidas por Deus para receber uma “bênção financeira”. Esses líderes religiosos e os demais integrantes vendiam frações de títulos fictícios e ofereciam investimentos irreais, como a promessa de transformar R$20 reais em R$20 milhões de dólares, por exemplo.

Os criminosos utilizavam uma teoria conspiratória apelidada de Nesara Gesara, para convencer as vítimas a depositarem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias, com promessa de retorno financeiro imediato. Foram identificadas cerca de 40 empresas fantasmas e de fachada, e mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Os criminosos formalizavam as transações com contratos falsos e utilizavam documentos fictícios, como notas inexistentes de “100 trilhões de dólares”, para dar credibilidade ao esquema. Muitas vítimas chegaram a vender bens, como casas e carros, acreditando que receberiam retornos milionários. Além do prejuízo financeiro, muitos sofreram abalos psicológicos graves, desenvolvendo depressão e rompendo laços familiares.

A Polícia Civil identificou que o esquema movimentou mais de R$160 milhões desde 2019. Nesta fase da operação, 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no DF e em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

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