Está se tornando fator comum agentes da Patrulha Rural da Guarda Civil Municipal (GCM), serem acionados para realizar a captura de animais silvestres, que saem do habitat natural e invadem áreas urbanas entrando em contato com o ser humano.
Para executar esse tipo de trabalho os agentes passaram por um curso teórico e prático, ministrado pela equipe do professor/doutor Carlos Roberto Teixeira, responsável pelo Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (CEMPAS), da Unesp de Botucatu.
De acordo com o médico é necessário ter preparo para fazer o resgate de animais que se encontram em situação de risco. O animal silvestre contém vírus e bactérias que podem ser prejudiciais ? saúde do homem. Por isso, manusear animais silvestres exige certos cuidados. E foi isso que procuramos passar para a Guarda Municipal, que, regularmente, é acionada para resgatar animais, colocou Teixeira.
O certo, prossegue o professor da Unesp, é que quando uma pessoa visualizar um animal ferido ou que tenha invadido uma residência não deve ser tocado, em hipótese nenhuma. O animal quando se vê ameaçado pode ser tornar muito perigoso, atacar e passar doenças. Então, o resgate deve ser feito apenas por pessoas treinadas para isso, como a Guarda Municipal, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental, diz Teixeira.
Lembra que os agentes da GCM passaram por dois módulos e deverão passar por um terceiro, mais avançado. Estamos realizando estudos para realizar esse terceiro módulo. O que nos falta é tempo para que (os módulos) possam ser aplicados, frisa o professor da Unesp. Além desse módulo mais avançado temos a solicitação para ministrar os módulos para os guardas que não participaram dos primeiros, acrescenta.
Outro dado importante citado por Teixeira é quando uma pessoa adquire um filhote de animal silvestre e depois resolve abandoná-lo. O animal quando filhote é dócil e brincalhão. Porém, quando se torna adulto pode se tornar perigoso, atacar o dono e acaba sendo solto em qualquer lugar. A pessoa que solta o animal se livra do problema e passa esse problema para outras pessoas, disse Teixeira. Por isso, se a pessoa tem um animal silvestre em casa e quer se livrar dele, deve acionar um órgão competente, antes de soltá-lo em qualquer lugar, acrescenta.
Diz que muitos animais mantidos no CEMPAS estão condenados a soltura, pois estão muito humanizados, ou seja, não conseguem viver sem a presença do homem e se retornarem ao habitat natural, seguramente, não sobreviveriam. Alguns deles são transferidos para zoológicos ou criadouros conservacionistas. Os que foram retirados de seu habitat natural e tiveram pouco convívio com o ser humano são tratados, recuperados e soltos, conclui.
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