Funcionários dos 148 centros da Fundação de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) do Estado de São Paulo, antiga Febem, entre eles o de Botucatu, entraram em greve na busca de melhores salários e melhores condições de trabalho e segurança. Como manda a lei, os serviços essenciais como os de higiene e alimentação serão mantidos, mas o transporte e atividades extras estão suspensos.
A recomendação inicial é para que apenas 30% dos funcionários trabalhem. O restante não deve ficar em casa e sim nos portões das unidades, disse o Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação ? Criança, ao Adolescente e ? Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa). No entanto, acompanhamento de fóruns e atividades extras não serão contempladas.
Em contra partida, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 70% dos funcionários de cada uma das unidades mantenham as atividades, de modo que as medidas socioeducativas aplicadas aos adolescentes não sejam prejudicadas e permaneçam em atividade em cada horário do plantão.
Os trabalhadores reivindicam piso salarial, reajuste real de 53,63%, reposição de perdas, isonomia do Plano de Cargos e Salários e, principalmente, aumento da segurança nos locais de trabalho. Já o governo propôs reajuste salarial de 6,17% além de um reposicionamento por ajuste de curva de 2,2%, aumento do vale-refeição para R$ 350,00 por mês e do vale-alimentação para R$ 105,94 mensais, a equiparação do cargo de agente educacional com o de analista técnico, entre outros benefícios.
Só quem trabalha nessa instituição sabe o perigo que corre todos os dias. É comum os adolescentes agredirem verbalmente e moralmente funcionários e educadores. Além disso, a CASA de Botucatu está com 64 internos e sua capacidade é de 56. Vários internos já completaram a maioridade (18 anos) e continuam aqui ao invés de serem transferidos para uma cadeia comum, relatou um funcionário que não quis ter a identidade revelada e falou em nome dos demais. Ele completa: Sabe quanto custa cada interno para o estado? Mais de R$ 6 mil mensais, muito mais do que o salários de professores e educadores.
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