Funcionários do HC em Botucatu prestam depoimento sobre ácido achado em água para hemodiálise

Polícia
Funcionários do HC em Botucatu prestam depoimento sobre ácido achado em água para hemodiálise 22 março 2019
Reprodução/TV TEM

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Botucatu (SP) começou a ouvir nesta sexta-feira (22) os funcionários do Hospital das Clínicas da Unesp sobre a contaminação da água usada no setor de hemodiálise com ácido. O depoimento estava previsto para quinta-feira (21), mas foi adiado.

Segundo a Polícia Civil, o alvo da investigação é justamente o setor de hemodiálise, onde há suspeita de sabotagem ou pelo menos de crime culposo.

“A equipe de investigação vai nos informar a dinâmica da movimentação das pessoas com os equipamentos e com os materiais. Precisamos antes de tudo entender tudo isso para depois fazer um contraponto com o laudo que vier da perícia”, explica Pires.

O laudo deve ficar pronto em 15 dias e a polícia tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito. A contaminação foi detectada no sábado, antes da primeira sessão do tratamento. A equipe do hospital identificou uma quantidade grande de ácido na água utilizada no processo de hemodiálise.

A médica nefrologista Pâmela Falbo dos Reis, responsável pela unidade, admitiu que, caso algum dos pacientes tivesse entrado em contato com o ácido, a reação poderia ser fatal.

Em nota, o Hospital das Clínicas informou que “está colaborando com as investigações para que o caso seja esclarecido”, e que “não tolera nenhum tipo de ação que coloque em risco a saúde pública”.

A unidade de hemodiálise do HC da Unesp de Botucatu tem 35 máquinas. Por dia, em média, 105 pacientes fazem a terapia. Aos domingos não são agendadas sessões.

Limpeza dos filtros

O ácido peracético é usado no processo de limpeza dos filtros e mangueiras usados na máquina de hemodiálise. Cada paciente possui seu kit. Depois de uma sessão, o material é higienizado com o produto e guardado com o ácido para evitar proliferação de fungos e bactérias.

Quando o paciente chega para uma nova sessão, o ácido é retirado totalmente do filtro e dutos com a água tratada. O processo é repetido várias vezes, e enquanto a água não ficar incolor após a colocação do reagente, os equipamentos não podem ser usados.

No processo de hemodiálise cada paciente usa 500 ml da água esterilizada por minuto. A terapia dura em média quatro horas.

A técnica de enfermagem Joana Julieta da Veiga, uma das responsáveis pela limpeza dos filtros, explicou que, ao fazer o teste no último sábado em vários filtros e até no sistema de água, o reagente identificou um tom amarelado. Isso significa, segundo ela, uma grande concentração de ácido usado para a desinfecção.

Fonte: Portal G1

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