A Polícia Civil de Botucatu interrogou nesta quinta-feira, dia 02, uma mulher acusada de extorsão em Botucatu. Os trabalhos investigativos foram feitos pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) sob o comando do Delegado Celso Olindo.
A mulher detida se passava por diversas autoridades para ameaçar um homem. Ela tentava extorquir o ex-companheiro para conseguir dinheiro, diz boletim de ocorrência da Polícia Civil.
A mulher, de 28 anos, relatou em interrogatório que conviveu maritalmente com a vítima por 8 anos. Ao se separarem há dois anos, foi fixado o valor de meio salário mínimo para pagamento de pensão alimentícia em prol do filho de 6 anos que tiveram, com valor aproximado de R$ 600.
Ocorre que achando o valor muito baixo, começou a ameaçá-lo, exigindo mais dinheiro. O homem tinha saído há pouco tempo do sistema prisional, sendo uma pessoa simples e acreditava que seria prejudicado com as ameaças, diz a Polícia Civil com base no depoimento da acusada.
A vítima então começou a depositar valores bem maiores do que o estipulado pela justiça. Usando outros aparelhos de telefone, se passou por uma Advogada, usando fotos de pessoas aleatórias tiradas da rede social, onde o homem era ameaçado e induzido a depositar os valores.
Segundo documento da Polícia Civil, a acusada também usou a irmã adolescente para ligar no celular o ex-marido, afirmando ser Psicóloga do Fórum, que estava na frente da Central de Polícia Judiciária e iria denunciá-lo, caso não depositasse mais dinheiro. Os repasses maiores foram feitos por aproximadamente um ano.
Ela também disse em depoimento que usou o nome de um Delegado de Polícia aqui de Botucatu para dar ‘veracidade’ nas ameaças. Também se passou por um Juiz de Direito, pressionando o ex, o obrigando a depositar mais dinheiro na conta, relata boletim.
E certo momento na conversa com o suposto Juiz, a vítima alegou que estava passando dificuldade, pois todo dinheiro que ganhava era usado para repassar para a ex-mulher. Ainda se passando pelo Juiz, disse em conversa por mensagem que pediria para a mulher comprar marmitas e pizzas para ele se alimentar. As compras foram feitas, para que a vítima acreditasse ainda mais na conversa.
Diz ainda documento da Polícia Civil que a mesma se passava também por Oficial de Justiça para pressionar a vítima. Quando se passava por um homem, mandava mensagem pelo celular, quando fingia ser uma autoridade feminina, pedia que sua irmã fizesse a ligação. Também o ameaçou dizendo que iria denunciá-lo por violência sexual contra sua filha, algo que nunca ocorreu.
A interrogada alegou que gastou o dinheiro com passeios, viagens e comida. Não sabe precisar quanto conseguiu com a extorsão, mas afirmou ser mais que R$ 10 mil ao mês. De acordo com a Polícia Civil, foram R$ 130 mil em um ano.
Segundo a Polícia Civil, a mulher foi indiciada pelo crime de extorsão, artigo 158 do Código Penal. A legislação prevê pena de reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
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