O caso foi registrado como morte acidental (a esclarecer), mas pela versão dada por testemunhas, tudo indica que uma descarga elétrica produzida por um raio (fenômeno da natureza conhecido como fulguração) tirou a vida do pedreiro Deivid Oliveira Sandim, de 26 anos de idade. No momento do fenômeno estava caindo um forte temporal naquela região e a vítima estava em local descampado.
Esse caso que foi atendido no final da tarde desta terça-feira (17) pelo cabo Scorsi e soldado Corrêa aconteceu na Fazenda São José Haras Entre Rios, Bairro Baronesa, zona rural do Município de Bofete, onde o Boletim de Ocorrência (BO) foi confeccionado pelo delegado Lourenço Talamonte Neto.
Uma testemunha de nome Antônio Sérgio Moura que estava trabalhando com a vítima momento em que o raio caiu, lembra que Deivid havia encerrado seu expediente de trabalho e arrumava suas coisas para ir para casa. Disse que estavam indo embora quando viu um clarão seguido de um estrondo muito forte.
Fiquei assustado e quando olhei para trás vi o Deivid caído desacordado. Gritei para outros companheiros que também trabalhavam na fazenda que me ajudaram a levar ele para sua casa e chamar uma ambulância, relata Moura, ressaltando que no momento em que o companheiro era atingido pela descarga elétrica estava com uma ferramenta conhecida como forca (usada para trabalhos com feno e compostagem).
Quando o socorro chegou constataram que a vítima havia entrado em óbito e não foi possível fazer nada. Compareceu ao local o carro funerário que removeu o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) de Botucatu para fosse feita a necropsia e um laudo para revelar, oficialmente, as causas da morte.
Embora o laudo não tenha sido concluído, a causa mais provável dessa morte foi a fulguração. Foi uma fatalidade e casos como esses, que levam a vítima ? morte, não são comuns na região. Vamos aguardar o laudo, mas acreditamos que o caso será arquivado, previu o delegado Lourenço Talamonte.
{n}Fenômeno natural{/n}
Raio é uma descarga elétrica muito intensa, que ocorre em certos tipos de nuvens e pode atingir o solo, causando prejuízos e ferindo pessoas. É consequência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons movem-se tão rapidamente, que fazem o ar ao seu redor se iluminar (um clarão conhecido como relâmpago), aquecer-se, resultando num estrondo, o trovão.
A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é ínfima: apenas uma em um milhão. Em 30% dos casos, as vítimas morrem por parada cardíaca ou respiratória. Os 70% restantes costumam sofrer sequelas, como perda de memória e diminuição da capacidade de concentração.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE – que estuda os raios através Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), o fenômeno causa prejuízos de US$ 200 milhões ao Brasil. Os raios afetam as linhas de transmissão de energia, de telefonia, as indústrias; causa incêndios florestais e mata pessoas e animais.
Ao atingir uma pessoa, o raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através do aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. As pessoas também podem ser atingidas por correntes elétricas que se propagam no solo, a partir do ponto que o raio atingiu. São as chamadas descargas laterais.
{n}Precauções{/n}
Em dias de temporal, mesmo dentro de uma residência é preciso ficar atento e tomar alguns cuidados. Os aparelhos eletrônicos mais sensíveis devem ser desconectados das tomadas, como televisões, computadores e outros. No caso de antenas parabólicas é preciso desconectar o cabo da televisão, pois raios podem ser levados para dentro de casa.
Também é desaconselhável tomar banho ou usar torneira elétrica durante as tempestades; contatar qualquer objeto que possua estrutura metálica; ligar aparelhos e motores elétricos; ficar próximo das tomadas, usar o telefone e a pessoa deve permanecer dentro de casa até a tempestade terminar.
Já fora de casa a pessoa deve evitar contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefônicas e de energia elétrica e qualquer objeto ou estrutura metálica. Também deve afastar-se de veículos como tratores, motos, bicicletas e carroças, além de máquinas agrícolas. Manter distância de áreas descampadas, pastos, campos de futebol, piscina, lagoas, praias, árvores isoladas, postes, mastros e locais elevados, também é uma maneira de se precaver do fenômeno.
Foto: Divilgação
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