Depois de realizar a Operação Blecaute nesta terça (17) quando os serviços foram paralisados das 9 ? s 16 horas, vários delegados de Botucatu estiveram nesta quinta-feira (18) participando de uma passeata em frente a Secretaria de Justiça de São Paulo para pressionar o governador do Estado a atender várias reivindicações da classe. A comitiva de Botucatu contou com os delegados Antônio Soares da Costa Neto, Geraldo Franco Pires, Celso Olindo, Lourenço Talamonte Neto, Carlos Antônio Improta Julião Filho e Marcos Mores.
Entre as reivindicações dos policiais civis estão o pagamento de salário de nível superior aos escrivães e investigadores, reestruturação e valorização e reajuste salarial das demais carreiras, incluindo os servidores das carreiras administrativas, incorporação do auxílio local de exercício para ativos e inativos, aposentadoria especial com paridade e integralidade e carreira jurídica.
Durante a passeata os policiais receberam manifestação expressa de apoio do chefe do Poder Judiciário, desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, que endereçou ao governador Geraldo Alckmin um ofício afirmando que a atividade desenvolvida pela autoridade policial, na estrutura funcional do Estado, se qualifica como carreira jurídica propiciando a verdadeira valorização das autoridades policiais, fundamental para o funcionamento da organização institucional do Estado. Também se manifestou favorável ao manifesto o deputado estadual Samuel Moreira.
A presidente Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, afirma que falta de valorização da Policia Civil foi o principal alvo desta ação com o objetivo de protestar contra o sucateamento da Polícia Civil impedindo-a de prestar um serviço de melhor qualidade, prejudicando o atendimento e o esclarecimento de diversos crimes, aumentado a impunidade e diminuindo a segurança.
Esta manifestação tem por objetivo chamar a atenção da sociedade, pedir socorro, contra as péssimas condições de trabalho que o Governo vem impondo ? categoria. Em todas as negociações com o Governo, que vem se estendendo há mais de dois anos, não houve sequer um aceno positivo. O ato de hoje foi apenas um protesto porque a deflagração de um movimento paredista, mesmo penalizando toda a sociedade civil, será o último recurso a ser adotado, adianta a presidente. A classe se une em uma luta digna, complementa.
Segundo a associação, São Paulo é o estado mais rico da federação e paga o 26º salário do país para delegados. Não é ? toa que cada vez perdemos de quatro a cinco delegados que desistem da carreira, diz Marilda Pinheiro, salientando que o quadro de funcionários da Polícia Civil, das 35 mil vagas disponíveis há somente 28 mil preenchidas. O resultado é que não conseguimos investigar como se deveria. A Polícia Civil acaba investigando somente os crimes que causam repercussão. Nos demais crimes, praticamente não há investigação, sacramentou Marilda.
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