A comandante de Polícia Militar da sétima região CPI-7, com sede em Sorocaba, coronel Fátima Ramos Dutra, esteve fazendo uma visita a Botucatu nesta quinta-feira (5). Ela responde pela segurança em 79 municípios do Estado, com sete batalhões subordinados (entre eles o de Botucatu) e um efetivo de, aproximadamente, 5.000 policiais entre homens e mulheres. Esta é a primeira vez que uma mulher assume um dos mais altos cargos da PM.
Em sua visita ? Cidade, a comandante pôde conhecer de perto o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo 12º BPMI, que agrega 13 municípios da região. Revelou ainda que tem buscado conhecer melhor as 79 cidades sob seu comando para poder efetuar um trabalho de qualidade. Lógico que é muito difícil, são muitos (municípios). Mas as cidades onde estão instalados os batalhões e algumas cidades menores, eu conheço, frisa Fátima Dutra.
A comandante que está completando 28 anos de serviço na PM enfoca que sua atuação que desde que assumiu o posto a atenção do CPI-7 é voltada para controlar os índices de criminalidade na região. Nós estamos controlando, num trabalho integrado os nossos indicadores criminais. Então nossa atenção é redobrada nesse sentido para intensificar nossas atividades operacionais, disse.
Fátima Dutra tem uma história de serviços prestados em áreas estratégicas de comando da Polícia Militar de São Paulo e antes de assumir o CPI-7, já havia dirigido o Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA/M-4), na capital, e respondeu pela chefia da Casa Militar.
É, realmente, uma grande honra, ainda maior por ser a primeira mulher a atingir esse posto. Uma grande missão que estou procurando cumprir com toda a minha força garante. Tenho muito orgulho pela confiança que depositaram em mim, como profissional e também como pessoa, acrescenta.
{n}{tam:25px}Trajetória {/tam}{/n}
A coronel Fátima entrou na Polícia Militar em janeiro de 1983, como soldado. Sua maior inspiração foi seu pai, que trabalhou na Guarda Civil. Aquela postura dele fascinava os filhos. Com o tempo, comecei a me interessar por esse trabalho.
No início, trabalhou no policiamento ostensivo a pé e no Copom (Centro Operacional da Polícia Militar 190). Em ascensão, atuou como cabo e, depois, como sargento. Cursou a Academia da Polícia Militar Barro Branco, onde se formou 2º tenente em 1988. Trabalhou por cinco anos no Estado Maior da PM.
Promovida capitão, em 1992, passou a comandar companhias do Batalhão de Policiamento Feminino e do Batalhão de Trânsito. Também foi comandante no 4º Batalhão de Policiamento Feminino.
O Comando de Policiamento Feminino e todos os seus batalhões foram extintos pelo governador Mário Covas em 1999. Nesse mesmo ano, assumiu o 10º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, em Mauá, que também abrange os municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Foi promovida a coronel e passou a chefiar o Comando de Policiamento de Área Metropolitana- 4 (CPA/M-4), na região da Penha, Zona Leste da Capital. Este ano assumiu o comando do CPI-7.
{n}{tam:25px}Sem preconceito{/tam} {/n}
Sempre tive apoio e respeito de todos os integrantes da Polícia, não importa sua função. Nunca senti nenhum tipo de discriminação por ser mulher e a receptividade comigo sempre foi ótima, assegura.
De acordo com a coronel, a situação das mulheres na PM melhorou muito com o passar dos anos. Em 1955, quando as mulheres começaram a trabalhar na PM, existiam 13 policiais femininas. Hoje são 9.000. Sem contar que hoje a mulher atua em todas as atividades e funções administrativas e operacionais, recorda.
Dutra enfatiza que as policiais desempenham a tarefa dos homens, com os mesmos direitos e deveres. Homem e mulher trabalham integrados em viaturas, realizam operações em conjunto e não vejo problema com relação a isso, assegura.
Fotos: Valéria Cuter
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