Um rapaz de 29 anos foi preso em flagrante, na manhã dessa quarta-feira (25), em Agudos (13 quilômetros de Bauru), pela Polícia Federal de Bauru acusado de armazenar e compartilhar imagens de pornografia infantil pela web. O fato ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca expedido em virtude de um inquérito policial que apura crimes de pedofilia praticados pela Internet.
O acusado, que trabalhava como operador de produção, foi surpreendido na chácara em que mora com sua mãe, no bairro Santa Cecília. Três computadores foram apreendidos no local. Em um deles, os policiais encontraram ao menos 15 mil arquivos, entre imagens e vídeos, com imagens de crianças e adolescentes, a maioria do sexo masculino, em cenas de sexo, entre outras.
CURIOSIDADE?
Em depoimento à delegada Ana Carolina de Freitas Gholmie, chefe do departamento que investiga crimes contra adolescentes e crianças na Internet, o acusado teria confessado a posse dos arquivos. “Para ele era algo normal. Ele disse que gosta de ficar olhando e que tem curiosidade sobre pornografia infantil, por isso mantinha os dados”, relata a delegada.
Ele negou, no entanto, ter abusado de crianças e de angariar dinheiro com esse tipo de atividade pela web. “Existia um receio de que pudéssemos encontrar uma criança sendo abusada quando chegássemos lá”, comenta a delegada.
As investigações sobre o caso tiveram início em 2011. “Mas houve dificuldade em encontrar o endereço certo do acusado e, por isso, o caso foi arquivado em 2014”, explica a delegada.
No ano passado, um policial da Suíça, integrante da Interpol, conseguiu se cadastrar e se infiltrar em uma rede internacional de compartilhamentos de arquivos com conteúdos de pornografia infantil.
Na sequência, ele descobriu a origem dos arquivos, que vinham Agudos. Com o endereço certo da casa do acusado em mãos, a PF obteve o mandado de busca e o encontrou sozinho em sua casa.
“A última imagem havia sido compartilhada a três dias, em um dos computadores que ele utilizava. O local estava sujo com bitucas de cigarro e bolachas, o que indica que ele usou durante a madrugada”, comenta a delegada.
“O desleixo e a falta de higiene com o ambiente onde realiza os acessos, inclusive, é uma característica comum encontrada em pedófilos”, complementa a delegada Karen Cristina Dunder, chefe da PF de Bauru.
O acusado foi conduzido para a delegacia da Polícia Federal de Bauru. Ele responderá por posse e compartilhamento de vídeos com pornografia infantil. Juntas, as penas podem ultrapassar 10 anos de prisão.
De outros países
Inicialmente, as investigações apontam que os vídeos e imagens encontrados em um dos três computadores do acusado envolvem crianças de outros países. A PF não descarta, contudo, que o acusado possa ter praticado crimes de pedofilia com a intenção de produzir arquivos e alimentar a rede de compartilhamentos.
“Também existe um banco de crianças desaparecidas que podem estar sendo utilizadas para alimentar essa rede. Iremos confrontar com os arquivos e aprofundar as investigações”, pontua Ana Carolina.
Além deste, outros 35 casos, no mínimo, são investigados pelo departamento de crimes contra crianças e adolescentes de Bauru.
“A Internet é um campo amplo e as pessoas acham que estão resguardadas por trás de uma tela. Com esta prisão, demonstramos que há sim meios de descoberta e punição”, finaliza a delegada Ana Carolina Gholmie.
Fonte: JCNET
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