Uma reviravolta total da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Botucatu aconteceu nessa segunda-feira (19) sobre um caso de latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido em setembro do ano passado, quando um cidadão de nome João Paulo Gobbo, de 28 anos de idade, foi preso por ter sido acusado de ter assassinado o próprio pai, Luiz Carlos Gobbo, que é lavrador e tinha, na ocasião, 50 anos de idade.
O sitiante foi assassinado na mangueira do sítio Recanto Feliz, zona rural de Itatinga, com um tiro na nuca. Ele havia sido rendido por dois elementos quando estava realizando o trabalho de ordenha das vacas. O acusado do crime (João Gobbo) tem antecedentes de outras agressões anteriores e estava em tratamento para curar dependência química.
A denúncia contra João Gobbo foi feita ? polícia pela sua própria mãe (Marinda) que narrou ao delegado Celso Olindo que naquele dia ela ouviu gritos vindos da mangueira e quando saiu para ver o que estava acontecendo ouviu um tiro e percebeu dois elementos, um deles encapuzado (o que seria o filho), saindo, apressadamente, do local. O que estava com o rosto descoberto a rendeu e a arrastou pelos cabelos até o interior da casa, dando-lhe coronhadas na cabeça com o revólver. Depois do crime consumado, os marginais apanharam duas bolsas contendo R$ 18 mil em dinheiro e vários cheques e fugiram em uma motocicleta.
Depois da narrativa da mãe que apontou o filho como co-autor do crime, nós pedimos a prisão do principal suspeito e o juiz de Direito, Dr. José Antonio Tedeschi, concedeu. Gobbo foi localizado na casa de sua namorada na Rua General Telles, no Bairro do Lavapés em Botucatu. Neste local encontramos uma blusa de lã listrada muito semelhante a que o assaltante encapuzado estava usando ao render a mulher. Ele negou o crime, mas todos os indícios estavam contra ele, lembrou o delegado Celso Olindo.
Entretanto, outra versão da história dada por testemunhas nessa segunda-feira revelaram que, na verdade, quem atirou contra o sitiante para cometer o roubo foi um elemento chamado Wesley Neres Pereira, o Bocão, de 25 anos, que foi preso em fevereiro deste ano por flagrante de tráfico de entorpecentes, juntamente com sua mulher Jaine Aparecida da Cruz, de 20 anos e Milton de Oliveira Júnior, de 21 anos. A ação foi deflagrada pelos policiais militares Nazareth e Inoue, na região central da Cidade de Itatinga.
Wesley Bocão ficou na Cadeia Pública de Botucatu onde também estava João Carlos Gobbo e no horário de visitas esse assunto (do latrocínio) veio ? tona e Bocão assumiu ter sido ele o autor do disparo que matou o sitiante. Ele foi tirado de sua cela e levado para a DIG onde, em depoimento ao delegado Celso Olindo, confessou o latrocínio e teria agido com um elemento de São Paulo conhecido como Joni Bravo.
Embora tenha sido isentado de ser co-autor do assassinato do pai, há indícios que colocam João Gobbo na cena do crime. Segundo o delegado, a principal testemunha (esposa da vítima) revelou que a vítima já rendida pelo assaltante teria gritado: Para filho, para!, antes de ser executado com o tiro na cabeça, ? queima-roupa.
Outro detalhe citado pelo delegado é que durante o tempo em que a mulher foi mantida refém, ele procurou manter-se afastado, evitando ficar frente a frente com ela e quando falava disfarçava a voz colocando a mão na boca e sabia, exatamente, onde estava o dinheiro. Com essas novas informações e a confissão de Wesley, o caso, realmente deu uma reviravolta e estamos fazendo o levantamento de dados. Nas próximas horas pretendemos fazer a reconstituição do crime e esclarecer por completo este caso de latrocínio, acrescenta o delegado.
No dia em que se apresentou ? DIG, acompanhado do seu advogado, João Gobbo concedeu uma entrevista ao Acontece Botucatu e alegou que é evangélico, estava em tratamento da dependência e negou ter qualquer envolvimento no crime, afirmando que no dia dos fatos estava na casa de sua namorada de nome Milaine. Ela confirmou a versão do namorado.