Fiz isso porque ela me traiu e vi ela saindo de uma caminhonete. Nós discutimos, eu perdi a cabeça e acabei fazendo essa besteira. Foi o que disse o pedreiro Anderson Caetano de Souza, de 38 anos de idade, que durante a madrugada de sexta-feira (9) assassinou sua companheira Deonísia Francisco Cunha, de 41 anos de idade, desferindo vários golpes em sua cabeça usando como arma um cabo de marreta, depois de uma violenta discussão. Após o crime o assassino fugiu.
Ele já estava com a prisão decretada e acabou sendo encontrado após um trabalho conjunto desenvolvido pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e o Serviço de Inteligência da Polícia Militar, que distribuíram a foto do acusado para a polícia de várias cidades. Anderson Souza foi capturado por volta das 20 horas, na SP 300 Rodovia Marechal Rondon no Município de Penápolis, na poltrona 32 de um ônibus que fazia o itinerário Bauru a Três Lagoas (MS) e pretendia chegar até a casa da mãe, em Santo Antônio do Aracanguá. Ele foi preso por uma equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) e encaminhado ao Plantão Policial de Penápolis.
Os policiais da DIG, Vitor e Virgílio, viajaram para aquela cidade para trazer o acusado de volta a Botucatu, sendo o mesmo recolhido ? Cadeia Pública local. Como o crime contra Deonísia é de autoria conhecida, o inquérito será aberto pela delegada Simone Alves Firmino, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Ainda durante as investigações preliminares feitas no local do crime, os policiais detectaram através de depoimentos de parentes e vizinhos que o casal vivia em constante conflito e a mulher que trabalhava como repositora de supermercado era, costumeiramente, agredida pelo amásio com quem vivia há cerca de dois anos e não tinham filhos. Ela tinha duas filhas de um casamento anterior.
O crime de assassinato aconteceu na Rua Professor Solon Paes Caldeira, nº 233, região do Parque dos Comerciários IV. A mulher foi encontrada morta no sofá da sala de sua casa com ferimentos na região da cabeça (nuca). Consta que pela manhã, Fabriciano Cunha, irmão de Deonísia fez contato telefônico e quem atendeu foi Anderson. Disse que estava tudo bem e que ela não poderia atender ao telefone naquela hora. Ligue mais tarde!, teria dito.
Ainda pela manhã a mãe de Deonísia também ligou e não obteve retorno. Então, acionou a filha Dejanira que foi até a casa da irmã e como ninguém atendeu ela chamou os policiais militares Da Silva e Sidnilson, que estouraram o cadeado do portão. Por um buraco no vitrô da sala, perceberam que havia uma pessoa desfalecida no sofá. Eles, então, estouraram o cadeado da porta da cozinha, entraram na casa e constataram que a mulher estava morta.
Policiais da delegacia especializada, ao fazer o levantamento do local do crime, já apontaram Anderson Souza como o principal suspeito do homicídio e sua prisão foi solicitada. O delegado Celso Olindo chegou a manter contato telefônico (celular) com o acusado, que alegou estar na Cidade de Avaré e não iria se entregar.
Por tudo que apuramos no local, não tínhamos dúvidas da autoria do crime. Como a família não frequentava casa de Deonísia por não aceitar seu relacionamento com Anderson ele teve tempo para fugir de Botucatu. Mas, felizmente, foi capturado, confessou a autoria do crime, foi recolhido ? cadeia e vai responder pelo assassinato da companheira, frisou Celso Olindo.
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Os familiares relataram que a vida de Deonísia era muito difícil ao lado de Anderson, já que, costumeiramente, acabava agredida por ele. Ninguém da família gostava dele porque era muito violento. Ela vivia com ele há mais ou menos dois anos e sempre foi maltratada. Era ela que, além de ser agredida, sustentava a casa porque ele não gostava de trabalhar e bebia muito. Várias vezes pedimos para que o abandonasse, mas ela não aceitava e agora acontece uma desgraça dessas, lamentou o irmão Fabriciano.
Ainda pesa contra Anderson Souza um processo que está correndo pela DDM, desde o mês de julho, onde Deonísia pedia medida protetiva contra o companheiro para que não se aproximasse dela. Entendendo que a mulher corria risco de morte, o juiz deferiu o pedido para que a medida fosse cumprida, mas nenhum dos dois havia comparecido na delegacia para conhecer a determinação judicial, comentou a delegada Simone Alves Firmino.
Outro detalhe contido no inquérito policial é que Anderson Souza, já havia tirado a vida de um gato de Deonísia. O animal teria sido usado para fazer um trabalho para um terreiro de macumba e os parentes da vítima alegam que era fator comum ele espalhar velas acessas de diferentes cores pelos cômodos da casa.