Nesta quinta-feira (9) acontece no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subsecção de Botucatu, a partir das 9 horas, o julgamento de um dos crimes mais violentos já registrados na Cidade. Senta-se no banco dos réus Wellington Gomes Conceição, de 36 anos de idade, denunciado pelo promotor de Justiça, Marcos José de Freitas Corvino como autor de um triplo homicídio com requintes de crueldade. O crime aconteceu em uma residência na Rua Salvador Bavia, região do Jardim Continental.
De acordo com a denúncia durante a madrugada do dia 1º de maio de 2008, Wellington Conceição teria assassinado a médica pediatra Jane Jerônymo da Conceição, na ocasião com 27 anos de idade, assim como o pai, João Jerônymo (77) e Salvadora Robis Prado Jerônymo (70), que também estavam na casa. Para realizar o crime o assassino fez uso de uma marreta com a qual desferiu vários golpes contra a cabeça das vítimas.
Apurou-se durante o inquérito que Jane era casada com Conceição, mas o casal estava separado havia seis meses e ele não aceitava ficar longe da mulher tendo feito várias ameaças. Em razão disso, Jane solicitou e foi beneficiada com uma medida protetiva de urgência, com base na Lei Maria da Penha e ele foi proibido de se aproximar dela e da família. Ele passou a morar em São Paulo, trabalhando numa transportadora.
No dia dos fatos, de acordo com o que está descrito na denúncia, Wellington Conceição viajou para Botucatu, armou-se com uma marreta e foi até a residência onde Jane morada com seus pais. Teria pulado o muro e batido na porta, sendo atendido pela ex-sogra (Salvadora), que recebeu os golpes na cabeça e caiu na sala. Na sequencia, o homicida dirigiu-se até o quarto de Jerônymo que estava dormindo e o atacou com a marreta da mesma forma. Por fim, foi até o quarto da ex-esposa, que também dormia e aplicou vários golpes em sua cabeça.
O crime só foi descoberto por volta das 15 horas quando uma testemunha se deslocou até a casa e percebeu sangue que corria por debaixo da porta. Essa pessoa encontrou Salvadora caída na sala, ainda viva, mas agonizando e chegou a ser socorrida pela equipe de resgate do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. Nos outros dois quartos estavam o pais e a filha que foram assassinados enquanto dormiam.
Wellington Conceição foi preso na manhã do dia seguinte, na transportadora, em São Paulo, apontado como o principal suspeito do crime e permaneceu preso aguardando o julgamento. Ele nega ter cometido o triplo assassinato e será defendido pelo advogado criminalista Roberto Fernando Bicudo, nomeado pela OAB e definiu a tese de negativa de autoria, como estratégia de defesa.
Embora ainda não conheça o réu pessoalmente, estudei esse processo e entendo que não existem provas de que ele foi o autor desse triplo assassinato. Existem indícios de autoria, mas não provas concretas. Como condenar um cidadão a 60 anos de prisão, caso ele seja apenado com as qualificadoras (agravantes do crime) contidas no processo, somente por indícios? Não existe uma página sequer nos três volumes do processo que prove que o Wellington foi ao autor desses crimes hediondos. Não se pode condenar ninguém por indícios de autoria. São necessárias provas, colocou Bicudo.
Na acusação do réu estará promotor de Justiça Marcos José de Freitas Corvino, que deverá pedir a condenação do réu com todas as qualificadoras, inclusive um aumento de pena em razão de duas das três vítimas serem idosas maiores que 70 anos, além do motivo torpe e impossibilidade de defesa. Na presidência dos trabalhos estará atuando a juíza titular da 2ª Vara da Comarca, Adriana Tayano Fanton Furukawa. Sete pessoas da sociedade botucatuense, entre as 21 convocadas pela Justiça irão formar o Conselho de Sentença para decidir o futuro do réu.
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