“Oxi”: droga mais letal que o crack pode estar em Botucatu

Polícia
“Oxi”: droga mais letal que o crack pode estar em Botucatu 03 maio 2011

No ano passado o jornal Acontece Botucatu fez uma reportagem com o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DISE), Paulo Fábio Buchignani sobre a possibilidade da chegada da nova droga denominada “oxi” que está sendo consumida por dependentes químicos em São Paulo e já estaria se proliferando pelo interior do estado, principalmente através das rodovias. Se no passado recente a chegada do oxi em Botucatu era uma possibilidade, hoje a situação é tratada de maneira diferente.

“Não descartamos a possibilidade de já ter feito apreensão dessa droga em Botucatu, pois ela muito semelhante ao crack e só difere na sua maneira de ser fabricada. Para nós o crime é o mesmo. A diferença está no efeito que o oxi provoca no usuário que é devastador”, alerta o delegado da DISE.

Outro detalhe citado pelo delegado é que para diferenciar o oxi do crack é necessário realizar um exame técnico especializado. “Visualmente é muito difícil distinguir uma droga da outra, pois têm a mesma aparência, mesma coloração, mesma textura, mesmo tamanho, mesma matéria prima, mesma maneira de consumo pelos usuários, mesma forma de comercialização, entre outros”, explica o delegado da DISE.

Essa droga, que foi descoberta no Estado do Acre, na fronteira com a Bolívia e recebeu o nome de “oxi” ou oxidato, é uma variante do crack, com uma ressalva: é mais barata e ainda mais letal. As pesquisas mostram que os usuários, geralmente, vão a óbito em menos de um ano. Isso já ocorreu com 30% dos usuários.

A diferença dela para o crack está na elaboração do produto, em vez de adicionar bicarbonato e amoníaco ao cloridrato da cocaína os traficantes adicionam querosene e cal virgem. A droga pode ter uma coloração mais amarelada ou mais branca, dependendo da quantidade de querosene e cal usada na preparação.

As pesquisas também apontam que os traficantes fizeram a droga pensando em atingir as praças com menor poder aquisitivo e cada porção (pedra) é vendida a um preço que varia de R$ 3,00 a R$ 5,00. A polícia de São Paulo, mesmo estando em alerta sobre a proliferação do “oxi”, não conseguiu impedir a entrada do produto no Estado, tendo mapeado os possíveis pontos de entrada e intensificação das fiscalizações

{n}O efeito devastador do oxi{/n}

Os efeitos do oxi são parecidos com o da pedra de crack, porém com uma intensidade menor, fator que leva os viciados a um quadro clínico de “fissura”, termo utilizado pelos viciados, quando um usuário quer utilizar mais entorpecentes a qualquer custo.

No auge da “fissura”, um viciado perde total senso comum, noção de civilidade, se tornando capaz de cometer atos grotescos como homicídio, assaltos e inclusive defecar na própria roupa sem nenhum sentimento de pudor ou vergonha. A droga pode ser consumida misturada com tabaco, cachimbos ou até mesmo em latas de refrigerante e cerveja.

O alto consumo da droga deixa o viciado em extremo estado de pânico, espasmos abruptos de violência e paranóia. Em geral os viciados que já não tem dinheiro para pagar a droga assume dívidas que não conseguem cumprir com os traficantes e acabam sendo mortos. O efeito do “oxi” dura quatro minutos, o que faz com que o viciado rapidamente volte ao traficante para comprar uma nova pedra.

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