Supermercados e postos de Araraquara têm filas após decreto anunciar fechamento por 60 horas

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Supermercados e postos de Araraquara têm filas após decreto anunciar fechamento por 60 horas 20 fevereiro 2021

Decreto anuncia quarentena a partir de domingo, às 12h, e vai até terça. Após identificação de variante brasileira do coronavírus, município vive crise hospitalar com UTIs lotadas há 6 dias.

Supermercados e postos de combustíveis de Araraquara (SP) ficaram lotados, na noite da sexta-feira (19) e na manhã deste sábado (20), após o anúncio do novo decreto que proíbe a circulação de carros e pessoas e fecha os estabelecimentos por 60 horas.

A prefeitura classifica o novo decreto como um ‘lockdown’, expressão em inglês que, na tradução literal, significa confinamento ou fechamento total.

O município do interior de São Paulo vive uma crise hospitalar, com aumento de casos, internações e mortes por Covid-19 e há 6 dias está com 100% de ocupação de leitos de UTI. Na semana passada, a cidade identificou 12 pacientes com a variante brasileira do novo coronavírus.

Neste sábado (20), a cidade soma 13.237 casos de Covid, sendo 151 mortes.

Corre-corre e filas

Filas foram formadas em estabelecimentos de diferentes bairros da cidade. Em alguns supermercados foi preciso organizar a fila nos estacionamentos, devido ao grande fluxo de pessoas.

“Falei, nós vamos mais cedo, 8h, achei que não ia estar tanta [fila] assim. Eu sempre deixo coisas pra comprar no fim de semana. Então, hoje, infelizmente, a gente tem que enfrentar fila aqui [fora] e lá dentro”, disse a agente de organização escolar Eunice Maria da Cruz Veloso.

O dono do supermercado afirmou que está limitando a entrada de pessoas, além de fazer medição de temperatura e higienização de sapatos, carrinhos e cestas de compras e organização das filas.

Guarda Municipal foi até o local para fazer fiscalização e orientação. “O decreto ele prevê que os supermercados eles vão poder continuar vendendo na condição do sistema delivery. Então não era necessário que as pessoas corressem para os supermercados. Isso foi em decorrência de algumas informações equivocadas que surgiram nas redes sociais”, disse o secretário de Cooperação nos Assunto de Segurança Pública, João Alberto Nogueira Júnior.

Nos postos de combustíveis também houve movimento intenso, já que os motoristas correram para abastecer seus veículos antes do fechamento.

A prefeitura está fiscalizando os locais para evitar aglomerações.

Novo decreto e multa

Na noite da sexta-feira (19), a prefeitura anunciou que irá colocar a cidade em quarentena por 60 horas, proibindo circulação de carros e pessoas, fechando bancos, supermercados e postos de combustíveis de 12h de domingo (21) até às 23h59 de terça-feira (23).

“O objetivo principal é conter a curva de contaminação e mandar um recado sério população de que ela tem que colaborar com essas medidas mais restritivas, porque a situação pandêmica no nosso município está gravíssima e estamos à beira do colapso da saúde”, disse o secretário.

Só ficarão abertos farmácias e estabelecimentos de saúde. Os ônibus de transporte público não irão circular e os supermercados poderão funcionar apenas em sistema de delivery. Os postos de combustível irão atender exclusivamente abastecimento dos serviços públicos municipais, estaduais e federais, inclusive polícia militar.

Será permitido a circulação de pessoas para atendimento médico, comprar medicamentos e ir trabalhar.

O morador que sair terá que apresentar um comprovante. “Nós estaremos fazendo blitz como fizemos durante toda essa semana nos principais corredores do nosso município com intuito de verificar o deslocamento das pessoas e identificar aqueles que não estão de acordo com o decreto. [Se não tiver comprovante] ela vai ser multada, mas ela vai ter um prazo de dez dias para fazer a apresentação desse comprovante. Se ela não fizer será multada em R$ 120”, disse Nogueira Júnior.

A medida, segundo o prefeito Edinho Silva (PT), é para conter a transmissão do novo coronavírus. Em uma live no Facebook, ele justificou a decisão.

“Estamos falando de um momento que as pessoas estão adoecendo e levando a doença para outras pessoas, estamos falando de um momento em que as pessoas estão precisando de leitos hospitalares e muitas de leitos de UTI, estamos falando de um momento que famílias estão chorando a morte de seus entes, que só nos podemos juntos podemos tirar Arararaquara dessa situação”.

Fonte: G1

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