A Embraer informou que, na véspera, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região revogou a liminar que impedia a realização de assembleia de acionistas sobre a venda da divisão comercial da empresa para a Boeing, marcada para esta terça-feira (26).
A assembleia é uma das etapas finais para decidir o rumo do negócio com a Boeing, que depende do aval dos investidores. Está prevista a votação do plano para formação de uma joint venture (nova empresa) com a Boeing que vai gerenciar os negócios de aviação comercial da companhia brasileira, sob controle da fabricante norte-americana.
Na véspera, a Embraer disse que tomaria as medidas cabíveis para reverter a decisão. Na decisão, a presidente do TRF3, Therezinha Cazerta, destacou que “a decisão gerou como efeito indireto a paralisação não só de um procedimento de negociação, mas também impediu a instalação do fórum adequado ao manejo dessas questões pela própria União, qual seja, a assembleia geral extraordinária” marcada para esta terça-feira”.
O acordo entre a Embraer e a Boeing prevê a criação de uma nova empresa (joint venture) de aviação comercial no Brasil, avaliada em US$ 5,26 bilhões. A Boeing deve ser a controladora do negócio, com 80% de participação, ao fazer um pagamento de US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões).
Suspensão
A suspensão havia sido determinada pela Justiça Federal de São Paulo na semana passada. Na véspera, a Embraer disse que tomaria as medidas cabíveis para reverter a decisão.
Por que Boeing e Embraer estão unindo forças
A Boeing e a Embraer anunciaram no fim de 2016 que estudavam unir seus negócios. A expectativa era de que um acordo entre as duas poderia criar uma gigante global de aviação, com forte atuação nos segmentos de longa distância e na aviação regional, e capaz de fazer frente a uma união similar entre as maiores concorrentes, Airbus e Bombardier, que também se uniram.
A americana e a brasileira tentam consolidar em um mesmo negócio duas operações fortes, uma em aviação de longa distância, outra para deslocamentos regionais. Enquanto a Boeing é a principal fabricante de aeronaves comerciais para voos longos, a Embraer lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves equipadas para voar distâncias menores.
A Embraer foi privatizada em 1994, no fim do governo Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (valores da época), quando o governo obteve o poder de decisão sobre a companhia.
Fonte: Portal G1
Compartilhe esta notícia