Entre todas as profissões do país, faxineiro é a que mais abriu novas vagas com carteira assinada nos últimos 12 meses até maio. É o que mostra levantamento exclusivo feito para o g1 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir dos dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em 1 ano, foram criados 163,4 mil novos postos de trabalho para a ocupação de faxineiro – 6,15% de todas as vagas geradas com carteira assinada geradas no país no período (2,66 milhões).
O levantamento listou as profissões que mais criaram novas vagas de emprego em 12 meses entre as 2.608 ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) da base de dados do Caged.
Veja ranking
Saldo de admissões e desligamentos, no acumulado em 12 meses até maio
Faxineiro – 163.459
Assistente administrativo – 122.511
Vendedor de comércio varejista – 119.681
Alimentador de linha de produção – 117.033
Auxiliar de escritório – 113.387
Servente de obras – 103.029
Atendente de lojas e mercados – 83.093
Auxiliar nos serviços de alimentação – 77.440
Atendente de lanchonete – 63.247
Motorista de caminhão – 55.493
O número total de faxineiros com carteira assinada no país atingiu 1,79 milhão de trabalhadores, uma expansão de 10% em 12 meses, superando o contingente pré-pandemia. Em fevereiro de 2020, eram 1,59 milhão de faxineiros formais, segundo a CNC.
A maioria das profissões que mais abriram postos de trabalho no acumulado em 12 meses é do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetado pela pandemia de coronavírus –, refletindo o processo de reabertura da economia e retomada das atividades de caráter mais presencial.
“O setor de serviços foi o último a reagir e é o que está impulsionando o mercado de trabalho. As empresas reabrindo passam a demandar mais serviços como os de faxina”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC e autor do levantamento.
Apesar da queda do desemprego e do maior número de empregos com carteira assinada no país, o levantamento mostra que a criação de vagas tem sido puxada por cargos de baixa remuneração e que demandam pouca qualificação.
“Não que não sejam setores importantes, mas são ocupações de baixa produtividade em termos de retorno que estas profissão dá a empresa. Não adianta um banco contratar 50 faxineiros, que o desempenho da empresa não irá melhorar em razão disso”, afirma Bentes.
“É uma profissão importante, essencial, mas do ponto de vista do investimento não é ocupação que irá agregar muito em termos de resultado para a empresa”.
Reflexos da pandemia e renda em queda
O levantamento listou também as 10 profissões com a maior expansão percentual no contingente de trabalhadores nos últimos 12 meses, entre as 140 ocupações que mais empregam no país.
Neste ranking, a liderança é de ocupações associadas a segmentos que ainda não recuperaram o patamar de atividade pré-pandemia ou cuja demanda aumentou em razão da reconfiguração da economia, com o avanço do trabalho híbrido e do comércio eletrônico.
Fonte: portal g1
Compartilhe esta notícia