Foto: Divulgação
A desvalorização do real frente ao dólar também reflete as incertezas políticas e a piora das previsões para o PIB e para a inflação neste ano
Após fechar 2015 com alta de quase 50%, o dólar abriu a primeira sessão de 2016 com forte valorização. A moeda é influenciada pelas perdas recordes nas Bolsas da China e pela piora das projeções para a economia brasileira neste ano. Por volta das 10h30, a divisa americana era cotada a R$ 4,045, em alta de 2,16%. Na máxima do dia até agora, chegou a alcançar R$ 4,063.
Mais cedo, as bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram o primeiro pregão do ano com fortes perdas, após números decepcionantes sobre a manufatura da China reacenderem preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo. Os mercados chineses chegaram a fechar antes do horário normal, em meio à estreia de um novo sistema de circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações quando há movimentos muito intensos durante o pregão.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, também opera em baixa. Por volta das 10h30, o recuo era de 2,03%, aos 42.469 pontos. As perdas são conduzidas principalmente pelas quedas de Vale e do setor financeiro, embora o sinal negativo seja praticamente generalizado. Em Wall Street, o pré-mercado das bolsas de Nova York sinaliza uma abertura em forte baixa, com o S&P futuro em declínio de 1,83%.
Na Europa, a bolsa de Frankfurt derrete 4,21%, enquanto a de Paris tem perda de 2,65% e a de Londres, desvalorização de 2,60%. Além da cautela diante da desaceleração da China, os investidores se preparam para o provável fim – na próxima semana – de uma proibição de vendas a descoberto de ações, imposta em julho do ano passado.
Outro ponto que afeta principalmente o mercado de câmbio foi o governo chinês estabelecendo a paridade do yuan com o dólar a 6,5032, o nível mais fraco para a moeda local desde 2011. A desvalorização do real frente ao dólar também reflete as incertezas políticas e a piora das previsões para o PIB e para a inflação neste ano. Na primeira rodada de estimativas do ano, analistas consultados pelo Banco Central previram IPCA em 6,87% no ano, além de retração de quase 3% para a atividade econômica.
(Com informações de Ana Luísa Westphalen, da Agência Estado)
Compartilhe esta notícia