
O espaço preserva remanescentes de Cerrado, abrigando fitofisionomia de cerrado típico, campo sujo, campo limpos e a mata de galeria do Córrego Pinheirinho, bem como flora e fauna característicos.

Botucatu abriga a Floresta Estadual de Botucatu (FEB) única área remanescente de Cerrado em área pública. Criada pelo Decreto nº 46.230, de 4 de maio de 1966, a área possui 33,8 hectares e é administrada pela Divisão de Florestas e Estações Experimentais (DFEE), pertencente ao Instituto Florestal da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Localizada na região da Estrada Municipal Represa do Rio Pardo (Estrada do Mandacaru), com acesso pela Rodovia Professor João Hipólito Martins, a floresta está situada a 856 metros de altitude. O clima predominante é Cwb – mesotérmico de inverno seco, com temperatura média anual de 19,4°C e precipitação de 1.314 mm ao ano.
Silvia Mitiko Nishida, professora Instituto de Biociências (Câmpus de Botucatu), e que mantém projetos no local, explica que a Floresta Estadual é um espaço pequeno, mas extremamente rico, seja na composição florística, como também na sua fauna. Então ela constitui um espaço muito importante de educação ambiental, já que Botucatu encontra-se numa região de dois biomas, como foi dito. Ouça a explicação.
Paisagem e espécies

Na paisagem do Cerrado da FEB encontram-se espécies arbóreas como barbatimão, paineira-do-cerrado, pau-santo, cambará, ipê-amarelo, caqui do cerrado, araticum entre outros. No campo-sujo, há açucena, cipó-de-fogo, jalapas, pequi-rasteiro, angelim-do-campo e vários capins como o capim-flechinha.
No campo limpo e úmido crescem as lindas, siningias, estrelinhas-do-brejo, iris-do-brejo. Quanto à fauna, foram vistos o tamanduá-bandeira, raposinha-do-campo, lobo-guará, tatús, teiú e jararaca. O levantamento da avifauna realizado pela UNESP registrou mais de 220 espécies.
Recentemente, com anuência da Secretaria do Meio Ambiente, COMDEMA e a CETESB, no Dia Nacional do Cerrado (11 de setembro) apoiado pela Secretaria de Educação, o Projeto Passarinhando da UNESP e a EMEFI Hernani Donato inauguraram a ponte que liga a Trilha Ecológica da Escola à FEB, visando ações de educação ambiental.
Também é importante lembrar a ocorrência de espécies da flora que estão ameaçadas de extinção, assim como também da fauna. Então, é uma área que não é só um espaço de aprendizagem, de pesquisa, mas como também é muito importante a população botucatuense atuar neste processo de conservação, contribuir com a nossa parte no processo de conservação e proteção desses remanescentes naturais que a gente tem no nosso município, completa a Professora, Silvia Mitiko Nishida.
Apesar de não dispor de infraestrutura para visitação pública, a Floresta Estadual de Botucatu desempenha um papel estratégico na conservação da biodiversidade e é utilizada para pesquisas científicas. Interessados em desenvolver projetos no local devem consultar as normas para registro no site do Instituto Florestal (www.iflorestal.sp.gov.br).
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