Uso de inteligência artificial avança apesar de desafios

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Uso de inteligência artificial avança apesar de desafios 30 novembro 2017

 

A inteligência artificial é uma das tecnologias mais promissoras dentre todas as que vem sendo desenvolvidas nos últimos anos. Suas aplicações são praticamente ilimitadas e praticamente todos os grandes gigantes tecnológicos estão envolvidos de alguma maneira com a sua evolução.

Uma das métricas mais utilizadas para medir o avanço deste tipo de tecnologia é como ela se sai em relação a humanos nos mais variados jogos. Até 2017, as máquinas já haviam derrotado jogadores de todos os níveis em partidas de xadrez, Atari e até mesmo Go. Entretanto, a última e mais impressionante fronteira esportiva conquistada até o momento foi o pôquer.

O incrível feito aconteceu no começo do ano, quando a inteligência artificial (IA) Libratus venceu quatro competidores em uma série de partidas de pôquer da modalidade Heads-Up No-Limit Hold’em que duraram mais de 20 dias. Foram disputadas mais de 120.000 mãos e a última vitória dela sobre os outros jogadores foi por uma margem incontestável de 1.776.25 fichas.

Não havia sido a primeira vez que um computador tentava vencer humanos no pôquer. Em 2015 a IA Claudico, espécie de predecessora da Libratus, havia disputado rodadas com quatro jogadores e acabou saindo derrotada por altas margens de blinds – o esporte das cartas ainda se encontrava fora do alcance.

Os pesquisadores passaram os últimos dois anos corrigindo os erros cometidos e melhorando a tecnologia para que ela conseguisse antecipar e reagir as diversas possibilidades envolvidas com o pôquer e somente agora as jogadas da máquina conseguiram alcançar e derrotar o nível dos competidores humanos.

O acontecimento é especialmente significativo devido ao fato do pôquer ser um esporte complexo com informações incompletas. Isto significa que em uma determinada rodada nem todos os dados estão disponíveis para os participantes e é necessário raciocinar e especular para tentar fazer as melhores jogadas sem eles.

Finalmente vencer um jogador humano no esporte das cartas é um dos maiores sinais de um avanço cada vez mais surpreendente que sinaliza o começo de uma nova era para as diversas IAs que estão sendo aprimoradas e desenvolvidas.

Apesar desta conquista, ainda existe uma série de desafios e possíveis problemas que devem ser superados, tanto por empresas ao redor do mundo quanto pioneiras no Brasil, para que esta tecnologia possa ser utilizada e atingir todo o seu verdadeiro potencial.

Pesquisadores renomados como Stephen Hawking, Sam Harris e empreendedores de sucesso como Elon Musk e Bill Gates já alertaram para alguns dos riscos e desafios inerentes ao desenvolvimento deste tipo de tecnologia. Entretanto, o maior expoente do meio sem qualquer sombra de dúvida é o filósofo Nick Bostrom.

Diretor do Centro para o Futuro da Humanidade na Universidade de Oxford no Reino Unido e autor do best-seller internacional Superintelligence: paths, dangers and strategies (em tradução livre, “Superinteligência: caminhos, perigos e estratégias”), Bostrom argumenta que o principal problema relacionado ao uso da inteligência artificial é que ela seja mal projetada e, sendo capaz de aprender e se aprimorar sozinha, tenha um objetivo final defeituoso que entre em conflito com o da humanidade.

Seus avisos foram ouvidos pela comunidade internacional e atualmente algumas das principais mentes do mundo estão trabalhando em soluções de design e salvaguardas para impedir que este tipo de erro aconteça, o que faz com que este cenário em particular dificilmente venha a acontecer.

Isto deixa como possíveis problemas apenas a necessidade do uso responsável e transparente deste tipo de tecnologia para evitar vieses de algoritmos, o aumento de tributação para mitigar os efeitos da automação em diversos setores da economia e, finalmente, a própria ideia da criação de inteligências artificiais mais avançadas que humanos — que ainda permanece sem uma solução concreta.

Independentemente das possíveis soluções que serão apresentadas para estes desafios, Botucatu definitivamente não ficará para trás na onda de revolução tecnológica já que o Parque Tecnológico de Botucatu já conta com um grupo de professores e empresários conectados a sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) desde 19 de outubro deste ano.

Além de encontros e discussões regulares sobre os diversos temas relacionados a TIC — que com certeza incluirão os avanços mais recentes relacionados a tecnologias destes sistemas — o grupo, que se reunirá já no próximo 7 de dezembro para dar prosseguimentos aos seus trabalhos, pretende realizar um grande evento relacionado ao assunto em maio de 2018.

 

 

 

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