“Os Pincéis da Esperança”. Este é o nome da exposição de adolescentes infratores em regime de internação do Centro de Atendimento Sócioeducativo ao Adolescente (CASA), que estará sendo exposto para visitação pública na Biblioteca da Unesp câmpus de Botucatu, no período de 05 a 20 de julho.
A idéia é retratar a obra do artista plástico Romero Britto, um dos mais premiados pintores pernambucanos. Britto alega ter criado seus quadros para invocar o espírito de esperança e transmitir uma sensação de aconchego. Suas obras são chamadas, por colecionadores e admiradores, de arte da cura.
O projeto faz parte do projeto da Fundação CASA que dá oportunidade aos adolescentes de desenvolverem suas aptidões artísticas e culturais. Os internos já realizaram exposição fotográfica com o tema Todos temos um pouco de África, que resultou em um conjunto poético de imagens que expressam este encontro racial e uma canção.
Os internos já apresentaram no Teatro Municipal Camilo Fernandes Dinucci, o espetáculo O poeta de sete faces vida e poesia de Drummond, retratando no palco a vida e obra do escritor Carlos Drummond de Andrade, para alunos de escolas públicas e particulares de Botucatu.
Os adolescentes também estiveram na Mostra Casa das Artes – 2ª edição, apresentando trabalhos realizados pelos jovens integrantes das oficinas de Técnicas de Pintura, em parceria com o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e Secretaria Municipal de Cultura.
O objetivo é mostrar o desenvolvimento da criatividade, o protagonismo, a construção da identidade, o resgate da auto-estima, a formação de vínculos e o desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores, explica a diretora da unidade, advogada Juliana Rosa.
Ela enfatiza que os adolescentes buscam dar prioridade as atividades educacionais, esportivas e artísticas, que mais se identificam com eles próprios e isso não tem ficado restrito nas dependências da entidade. Os adolescentes tem se apresentado em teatro interpretando peças, festival de música, campeonatos esportivos e realizando exposições. Esta é uma maneira de fazer com que eles sejam, gradativamente, reintegrados ao convívio social. É esse o nosso objetivo, concluiu.
Para manter a operacionalidade diária, a unidade conta com aproximadamente 100 pessoas, sendo 50% delas da própria Fundação custeada pelo governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. O quadro se completa com funcionários do Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância (Crami) e terceirizados.
Compartilhe esta notícia