Com a chegada do verão, aumenta o número de acidentes causados por animais aquáticos nas praias e rios brasileiros. Anualmente, os banhistas recebem orientações através dos veículos de comunicação sobre as medidas que devem adotar para evitar esses incidentes. Nesse sentido, um projeto da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) prevê ações que devem ser seguidas para diminuir os riscos de acidentes com animais aquáticos.
Em Santa Catarina, por exemplo, os dissabores decorrentes de acidentes com águas-vivas e caravelas são comuns. Entre os motivos, incluem-se o período de reprodução dessas espécies e a? temperatura da água. No litoral norte de São Paulo, os ouriços-do-mar são responsáveis pela maioria dos acidentes envolvendo organismos marinhos. Recomenda-se evitar caminhar sobre rochas, especialmente durante marés baixas. Além disso, o uso de calçado com sola antiderrapante é indispensável.
Criado há doze anos, o projeto de extensão coordenado pelo professor da FMB, Vidal Haddad Junior, intitulado Pescadores do Brasil: Educação por interatividade para melhoria das condições de trabalho ofereceu, desde sua criação, apoio a aproximadamente 60 comunidades brasileiras que utilizam a pesca como meio de subsistência.?
Esse auxílio se dá por meio de informações sobre acidentes com animais aquáticos. Folhetos, cartilhas e outros materiais foram distribuídos ? pescadores de diferentes regiões do país com objetivo de diminuir o número de acidentes de trabalho envolvendo esses profissionais. Além disso, visitas, entrevistas e exames clínicos foram realizados com profissionais da pesca e apontaram os principais animais marinhos causadores de acidentes no dia-a-dia das pessoas que fazem da pesca sua atividade profissional.?
Com essas informações, foi realizada análise e tabulação em projetos gráficos e esse material foi divulgado pela imprensa escrita e falada, em parceria pré-estabelecida. Após o término dessa etapa, foram marcadas novas visitas com as comunidades para apresentações de palestras e discussões.
Chegamos a importantes conclusões sobre prevenção e tratamento de primeiros-socorros, obtidas de maneira bilateral e que realmente são utilizadas pelos pescadores. Cerca de um ano após as atividades, a equipe retornou aos locais e aferiu a incidência de acidentes, que em todos os casos caiu sensivelmente, explicou Vidal Haddad Junior, médico dermatologista e idealizador do projeto.
Atualmente, o Brasil apresenta cerca de um milhão de pessoas que tem sua sobrevivência ligada a atividades pesqueiras. Os Estados beneficiados com a iniciativa são: Santa Catarina, Paraná, Pará, Ceará e São Paulo.
?Os acidentes por ferrões, dentes e outras estruturas capazes de causar ferimentos, são na verdade acidentes de trabalho que podem ser prevenidos. As lesões causadas são perfurações e lacerações, sempre com riscos elevados de infecções secundárias. Todas elas apresentam sinais e sintomas dermatológicos, o que justifica a presença de nossa especialidade atuando junto ao problema, completou Vidal.
Fonte: Vinicius dos Santos
Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB