Unesp de Botucatu pode ter centro de biossegurança e doenças infecciosas emergentes

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Unesp de Botucatu pode ter centro de biossegurança e doenças infecciosas emergentes 04 março 2020

Nos dias 02 e 03 de março, a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, sediou Workshop Unesp-Kansas State University em Biossegurança e Doenças Infecciosas Emergentes.

O evento consolidou a parceria entre a Unesp e a Kansas State University (KSU), dos Estados Unidos, cujo objetivo, a médio ou longo prazo, é a implantação conjunta de um centro de biossegurança e doenças infecciosas emergentes (humanas, animais e agrícolas) no câmpus de Botucatu.

A KSU possui um dos maiores e mais modernos centros de estudos nesta área em todo o mundo, chamado de BRI (Biossecurity Research Center – Centro de Pesquisa em Biossegurança). “Por meio dessa parceria, poderemos trocar informações, expertise e realizar capacitação e treinamento de pessoal para desenvolvermos pesquisas com biossegurança na Unesp”, comentou o professor Jayme Augusto de Souza-Neto, do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA.  “Futuramente, queremos instalar esse centro de biossegurança em Botucatu, utilizando o que já temos no Laboratório Central Multiusuários (Lacem), para podermos trabalhar em pesquisas com os mais diferentes patógenos”.

O evento contou com a presença de pesquisadores importantes na área, como o professor Stephen Higgs, atual diretor do BRI e ex-presidente da American Society of Tropical Medicine and Hygiene e o professor Juergen Richt, diretor do Center of Excellence for Emerging and Zoonotic Animal Diseases (CEEZAD) of Department of Homeland Security of the USA.

O workshop também consolidou uma parceria com o Exército Brasileiro para a prospecção e o estudo de agentes patogênicos emergentes em áreas remotas do Brasil. Ambos, KSU e o Exército, são parceiros estratégicos para a criação do centro de biossegurança na Unesp.

As tratativas para a consolidação da parceria começaram em maio de 2019, com a visita ao Brasil do professor Peter Dorhout, vice-presidente de Pesquisa da KSU, quando ocorreram as primeiras discussões sobre a criação de um centro de biossegurança junto à Reitoria da Unesp e a Fapesp. Em agosto de 2019, foi a vez do professor Souza-Neto visitar a Kansas State University para conhecer as instalações do BRI. “O evento de hoje é um marco que representa o início dessa cooperação na área de biossegurança e doenças infecciosas emergentes. Trouxemos alguns dos maiores especialistas do mundo nessa área para definirmos juntos os objetivos específicos do trabalho que podemos fazer conjuntamente”.

Para o professor Renato de Toledo Leonardi, da Assessoria de Relações Externas (Arex) da Unesp, a colaboração entre Unesp e KSU é de grande relevância para a universidade. “A Unesp e a KSU já têm mais de 600 trabalhos em parceria, publicados em revistas científicas de relevância, com impacto elevado. Com a maior aproximação e a colaboração com a KSU na área de biossegurança, vamos poder fazer mais pesquisas e de maior impacto do que as que temos feito. A KSU tem alguns dos laboratórios de estudos de vetores considerados entre os melhores do mundo. Vamos aproveitar o que nós temos de excelência na Unesp e vamos somar forças”.

O professor Marcellus Caldas, representante da área de relações internacionais da KSU, endossou as palavras do seu colega da Unesp. “O aparecimento de doenças na agricultura pode causar impactos significativos na economia de um país. Isso acontece quando não há conhecimento disponível sobre a prevenção e o controle dessas doenças. No entanto, muitos problemas que enfrentamos nessa área, estão além das fronteiras dos países. Juntar especialistas de diferentes localidades é a melhor maneira de encontrar soluções para essas questões. A ideia desse workshop foi trazer alguns dos meus colegas que são especialistas nessa área para discutir com a Unesp a melhor forma de produzir trabalhos científicos que possam ajudar ambas as instituições. Com essa parceria seremos capazes de produzir mais, usando os recursos de ambas universidades”.

No segundo dia de workshop, os participantes visitaram alguns setores da Fazenda Experimental Lageado e da Faculdade de Medicina. Ao longo da semana, pesquisadores da KSU e da Unesp participarão de reuniões na Reitoria da universidade e na sede da Fapesp.

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