02 agosto 2024
Poda é considerada um manejo obrigatório na cultura, objeto de
pesquisas pela FCA.
o dia 31 de julho de 2024, teve início o período de poda de produção das videiras da Fazenda Experimental de São Manuel, da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu.
As atividades foram organizadas pelo professor Marco Antonio Tecchio, do Departamento de Produção Vegetal/Horticultura da FCA e coordenador do Grupo de Fruticultura da Faculdade. O trabalho contou com a colaboração do doutorando Harleson Monteiro, dos graduandos dos cursos de Engenharia Agronômica e Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Bianca Duarte, Daví Feliciano, Julia Trezza, Bruno Alonzo Martinez e Gabriel Enriquez, além do apoio dos funcionários da Fazenda Experimental de São Manuel e produtores de uvas de Botucatu e região, com apoio do Sindicato Rural de Botucatu, em nome do engenheiro agrônomo Alfredo Chaguri.
De acordo com o professor Tecchio, no final do mês de julho e início de agosto, com o término das temperaturas mais baixas do inverno, realiza-se a poda de inverno, considerada um manejo obrigatório na cultura da videira. “Em condições de clima subtropical, a exemplo de São Manuel, a prática da poda de produção, denominada poda seca ou de inverno, é realizada anualmente nos vinhedos, sendo um dos manejos mais importantes e fundamentais para as videiras. Mediante essa poda, faz-se a redução do comprimento dos ramos produtivos da videira, mantendo-os apenas com uma gema, no caso das cultivares de uvas americanas ou híbridas. Além de encurtar os ramos produtivos, essa modalidade de poda objetiva também eliminar ramos doentes e/ou mal posicionados”.
Dentre as principais finalidade da poda da videira, destacam-se: limitação do número de gemas, gerando um equilíbrio entre o vigor vegetativo (ramos e folhas) e a produção, obtendo-se assim uvas de melhor qualidade; melhoria na disposição do dossel vegetativo e da disposição dos cachos no sistema de condução, favorecendo maior aproveitamento da radiação solar e proporcionando melhor ventilação no vinhedo; auxilia no controle fitossanitário, tendo em vista que os ramos podados, que apresentam esporos de fungos e/ou pragas, são levados para fora do vinhedo, reduzindo-se o potencial de inóculo no próximo ciclo produtivo, principalmente de doenças causadas por fungos.
Esse manejo das videiras, marca o início da safra do segundo semestre de 2024. Após a poda de produção, tem-se o inchamento das gemas, a brotação, o florescimento, a frutificação, a maturação e a colheita. “Durante estas fases fenológicas, realizam-se manejos culturais essenciais para se obter uvas com qualidade, destacando-se as operações de desbrota, desnetamento, desfolha, alceamento de ramos, desponte dos ramos, adubação de cobertura, controle fitossanitário, controle de plantas daninhas e colheita”, ressalta o professor Tecchio.
Na Fazenda Experimental de São Manuel, inúmeros experimentos são realizados com a cultura da videira. “Os vinhedos experimentais foram implantados a partir de 2013, tendo áreas no 11o ciclo de produção”, conta o professor. “Atualmente, avaliamos o comportamento de 15 cultivares de uvas para mesa ou para processamento”.
A relação das cultivares nos vinhedos é a seguinte: cultivares de uvas para mesa: Niagara Rosada, Niagara Branca, BRS Vitória, BRS Isis, BRS Núbia e BRS Melodia; cultivares de uvas para processamento (sucos e vinhos): Isabel Precoce, Bordô, BRS Magna, BRS Violeta, BRS Carmen, BRS Cora, BRS Bibiana, BRS Lorena e Syrah.
“Além da avaliação do comportamento dessas cultivares, realizamos pesquisas com diferentes porta-enxertos, sistemas de condução, manejo de ramos e cachos, reguladores vegetais entre outros”, relata o professor Tecchio. “Vale salientar que nas áreas experimentais são adotadas práticas inovadoras e sustentáveis, contribuindo para o avanço da viticultura. Inúmeros trabalhos de iniciação científica, dissertações de Mestrado e teses de Doutorado já foram desenvolvidos nos vinhedos experimentais. Como resultados dessas pesquisas, temos conseguido gerar conhecimentos científicos publicados em periódicos de alto impacto, além de disponibilizar a produtores informações técnicas no manejo cultural das videiras”.
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