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A lista de remuneração divulgada no Portal da Câmara Municipal de São Paulo (www.camara.sp.gov.br) revelou um dado interessante. Servidores como técnicos administrativos, garagistas, auxiliares e assistentes ganham até R$ 24 mil brutos por mês. Esse salário chega a ser duas vezes maior que o do presidente da Casa, José Police Neto. Essa desproporção ocorre em razão de uma série de aumentos automáticos e gratificações para funcionários concursados.
A Câmara de São Paulo é a primeira Casa Legislativa brasileira a adotar essa medida, antes mesmo da Câmara dos Deputados e do Senado. Na primeira versão, apenas servidores efetivos que ocupam cargos de comissão e os que trabalham ligados ? Mesa Diretora tiveram vencimentos divulgados são 713 dos mais de 2 mil. Desses, ao menos 326 recebem mais que o presidente e os outros 54 vereadores. Consta no Portal que o salário médio é de R$ 8,9 mil por mês, sem contar gratificações pagas a guardas civis e policiais militares da Casa. Com vencimento mensal bruto de R$ 9.288,05, o presidente Police Neto recebe menos até que assessores de imprensa e um dos manobristas da garagem, cujo salário é de R$ 11.431,45.
Isso acontece, segundo explicações da direção do Legislativo paulista, grande parte desses salários é explicada pelos reajustes automáticos. Isso significa que um técnico administrativo do setor de protocolo, cargo que não exige curso superior e cujo salário inicial é de cerca de R$ 3,5 mil, pode receber mais de R$ 20 mil ao longo de 30 anos de carreira. Não bastasse isso, funcionários mais antigos já incorporaram aos vencimentos várias gratificações que, após reformas recentes no funcionalismo, pararam de ser pagas aos concursados mais recentes. O salário só não ultrapassa a barreira dos R$ 30 mil porque o Legislativo passou a aplicar o teto constitucional de R$ 24,1 mil (referente ao salário do prefeito de São Paulo) há cerca de dois meses. Antes disso, chegava-se a ganhar R$ 46 mil mensais na Casa.
Outras gratificações não vinculadas ? produtividade, porém, continuam em vigor. A sexta-parte, por exemplo, dá bônus de 1/6 do salário a servidor com mais de 20 anos de serviço. Há ainda adicional por tempo de serviço e gratificação por exercer funções de coordenação e chefia e participar de sessões plenárias, comissões regimentais ou licitações.
Foto: Divulgação
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