Salgadeira de mão cheia: Emília Panhin recorda como era a região norte há 65 anos

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Salgadeira de mão cheia: Emília Panhin recorda como era a região norte há 65 anos 06 agosto 2017

Simpatia e bom humor fazem parte da vida de Emília Panhin (88), moradora da região norte há mais de 60 anos. Mãe de Maria Isabel, Carmela Aparecida, Solange Teresinha, Natalina de Jesus, Sueli Aparecida e Rogerio Luiz. Avó de 18 netos e 16 bisnetos.

Dona Emília é uma das salgadeiras mais antigas do Bairro e aprendeu a preparar os quitutes ainda menina com a mãe, Maria Rodrigues Pinheiro. Depois de 30 anos nesta atividade perdeu as contas de quantos salgados fez para festas e casamentos.

“Um dia resolvi fazer alguns e levei na feira que era aqui do lado de casa para vender e foi um sucesso. Fiz minha clientela lá. Em pouco tempo as pessoas iam em casa fazer as encomendas, nem precisei mais vender na feira. Lembro que ficava até tarde da noite preparando os salgados, minha sorte que meu marido, Mário Pagnih, me ajudava”, relembra.

A Copa do Mundo de 1970 também foi citada. “Lembro que meu marido foi um dos primeiros a ter televisão em casa. Compramos para ver as partidas. Quando o Brasil jogava a minha casa ficava lotada. Toda a vizinhança vinha assistir o jogo aqui”, diverte-se.

O circo também faz parte das lembranças de Emília. “Lembro que era o Circo Piranha, eles sempre viam para cá. Antigamente quase não existiam casas e eles ficavam onde hoje é o Supermercado Dia na Rua Major Matheus. O pessoal vinha aqui buscar água e deixava a gente assistir os espetáculos de graça. As crianças adoravam. Era uma diversão. Bons tempos”, afirma.

Emília revela que as ruas, na época, eram todas de terra e era frequente ver as boiadas passando pelo meio das ruas. “Era bonito de ver, lembro que todo mundo ia ver os animais. Na época não existia quase carro”, conta.

Todo mês de junho, Emília e uma vizinha aproveitava os terrenos em volta de suas casas para fazer festa junina para a criançada da vizinhança. “Era lindo de ver. Tinha fogueira, o terreno ficava cheio de bandeirinhas, a criançada se divertia. Fazíamos uma mesa bem grande com comida, cada um levava um prato. Foram feitas muitas festas neste campo”, diz.

Por muito tempo, Emília trabalhou em casa como costureira para uma fábrica que montava sutien de bojo. “Na época quase não existia este modelo de sutien. Lembro que o pessoal trazia o material aqui em casa para eu pregar o bojo e a asa. Três filhas minhas trabalharam na fábrica. Uma no escritório e duas como costureiras. Sempre gostei de trabalhar, ter meu dinheiro”, afirma.

No final da entrevista descobrimos que dona Emília adora plantas. Ela fez questão de mostrar seu quintal e dizer a espécie de cada uma. “Sempre gostei de plantas. Elas alegram o ambiente. Quando cuidamos com carinho, elas nos presenteiam com lindas flores”, conclui.

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