Serão plantadas em torno de 1600 mudas de espécies arbóreas nativas da região. Veja como se voluntariar.
Nos dias 23 e 25 de janeiro, o projeto Restaura Cuesta, coordenado pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, promove um mutirão para o plantio de mudas de árvores de espécies nativas, em área da Fazenda Edgárdia atingida pelos incêndios florestais acontecidos em setembro e outubro de 2024.
Serão plantadas em torno de 1600 mudas de espécies arbóreas nativas da região. Voluntários interessados em colaborar poderão se inscrever pelo formulário no link:
https://forms.gle/KA7C9cfktLmbBwFt5
O link do formulário também está disponível na notícia sobre o mutirão, no site fca.unesp.br
O plantio será orientado pelos professores Diego Sotto Podadera e Magali Ribeiro da Silva, e coordenado pela engenheira florestal Sabrina Brasil de Freitas, residente das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão da FCA, também responsável também pela execução.
O projeto Restaura Cuesta, criado no final de 2024, tem participação direta da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp (FMVZ), do Instituo de Biociências (IB) da Unesp, e apoio da APA Cuesta Guarani, Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Botucatu, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf). Participam também das frentes de trabalho ONGs locais como Cuesta Viva, com o apoio da Liga do Bem, Banco de Alimentos e Ciclo Limpo.
O objetivo do projeto é realizar ações para a restauração das áreas atingidas e para a proteção da Cuesta, de forma a prevenir impactos futuros. Tais ações incluem a realização de diagnóstico das áreas e espécies atingidas, atendimento emergencial à fauna do local, restauração e monitoramento da fauna e do habitat, além de campanhas de sensibilização e conscientização voltadas à sociedade em geral.
“Nossa intenção é estabelecer alianças estratégicas e captar recursos externos para todas as ações, além de contar com o apoio de especialistas da universidade para a orientação técnica-científica das diferentes frentes de trabalho. Desta forma, docentes da Unesp, estudantes de graduação e pós-graduação também serão envolvidos nas atividades”, comenta a professora Renata Cristina Batista Fonseca, que toma posse como vice-diretora FCA/Unesp no dia 30 de janeiro e coordena o Restaura Cuesta.
Esse primeiro plantio vai cobrir uma área de um hectare e tem a colaboração do Viveiro de Mudas da FCA, do Laboratório de Conservação da Natureza, Laboratório de Restauração e Silvicultura Tropical e da Supervisão das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPEs) da FCA.
De acordo com levantamento feito pela Unesp, as áreas atingidas pelos incêndios somam 316 hectares, sendo 203 hectares na Fazenda Experimental Edgardia e 113 hectares na Fazenda Experimental Lageado. Outras propriedades particulares da região também foram atingidas.
Frentes de trabalho
O projeto Restaura Cuesta atua em cinco frentes distintas. São elas: “Diagnóstico e monitoramento”; “Restauração ecológica”; “Atendimento emergencial a fauna silvestre ”; “Extensão rural” e, por fim, “Sensibilização e educação ambiental”.
A frente intitulada “Diagnóstico e Monitoramento” ficou a cargo dos laboratórios de pesquisa da FCA, IBB e FMVZ e dá continuidade às atividades realizadas ainda durante o período dos incêndios, avaliando seus impactos e realizando um diagnóstico da fauna afetada e do estado do habitat. O trabalho inclui a realização de censos periódicos das espécies para avaliar a recuperação e o monitoramento do habitat, além da recuperação do ecossistema ao longo do tempo.
Os plantios que serão realizados nos dias 23 e 25 de janeiro fazem parte da linha “Restauração Ecológica”, que tem o objetivo de promover a regeneração do ecossistema, o que inclui plantar espécies nativas da região que favoreçam a recuperação do ecossistema e ações para aumentar as populações de fauna silvestre afetadas.
A linha denominada “Atendimento emergencial” já tem feito ações desde as primeiras semanas seguintes aos incêndios. Tais ações, com participação intensiva do Laboratório de Conservação da Natureza e do Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Selvagens (Cempas) da FMVZ, incluíram estabelecer protocolos para o resgate de fauna ferida ou em risco e fornecer alimento e água a espécies vulneráveis, com apoio importe da ONG Cuesta Viva e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), que colaboraram com a instalação de comedouros e bebedouros nas áreas atingidas pelo fogo.
Os alimentos fornecidos como suplemento à fauna atingida são doados pelo Banco de Alimentos e a Liga do Bem. Após a seleção realizada pela equipe do Laboratório de Conservação da Natureza, os resíduos são coletados pelo Ciclo Limpo e viram adubo orgânico após processo de compostagem.
As linhas “Extensão rural” e “Sensibilização e educação ambiental” vão atuar em 2025 oferecendo apoio e orientação aos moradores e proprietários de áreas atingidas pelos incêndios, situadas fora dos limites da universidade e também promovendo campanhas de conscientização junto à sociedade sobre a importância da fauna silvestre e da prevenção de incêndios. Da mesma forma, um dos objetivos do projeto é fomentar a participação da comunidade em atividades de restauração. Uma das ações já realizadas nessa frente foi o webinar “Incêndios Florestais: Um debate emergente”, com a participação de representantes de vários setores da sociedade civil como pesquisadores, jornalistas e ambientalistas.
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