
Só em Bauru, um total de 900 postos foram encerrados, uma variação de quase 10%; na região, Avaré foi a única cidade que apresentou saldo positivo
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O setor da construção civil continua a sofrer com a condição político-econômica do País e, num período de um ano, 467,7 mil postos de trabalho foram fechados no Brasil todo. Os dados são fruto de estudo realizado pelo SindusCon-SP em parceria com a FGV-SP, que também apontam menos 1.733 postos na região de Bauru, considerando as cidades de Bauru, Botucatu, Jaú, Marília, Avaré e Lins.
Só em Bauru, cidade sede de uma das Regionais do SindusCon-SP, 900 vagas foram encerradas entre fevereiro de 2015 e 2016. Também registraram queda nos números de emprego, neste mesmo período, os municípios de Botucatu, Jaú, Marília e Lins. Apenas Avaré registrou crescimento de 3,21% no período.
O Diretor do SindusCon-SP na Regional Bauru, Ricardo Aragão, afirma que o momento é de preocupação, principalmente com relação à geração de empregos, que movimenta a economia dos municípios.
"São muitos os fatores que influenciam nesta queda drástica de empregos que o setor da construção civil está vivenciando nos últimos anos. É importante que os juros baixem e as condições de financiamento melhorem para que o poder de compra e a atratividade voltem a existir", salientou.
No Brasil foram 467,7 mil trabalhadores demitidos
São Paulo, 06 de abril de 2016 – A construção civil brasileira registrou queda de -0,83% no nível de emprego em fevereiro, em relação a janeiro, com o fechamento de 23,9 mil postos de trabalho, considerando os fatores sazonais*. Desconsiderando efeitos sazonais**, o número de vagas fechadas em fevereiro foi de 32,9 mil (-1,12%). Em 12 meses, já foram demitidos 467,7 mil trabalhadores.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, afirmou não enxergar uma recuperação do emprego na construção brasileira, no curto prazo. “O setor está desempregando pelo 17º mês consecutivo. Mesmo se, como queremos, a crise política tiver um desfecho rápido dentro da legalidade, novos investimentos ao longo deste ano resultarão em obras mais adiante, e somente então se iniciará uma retomada do emprego”, comenta.
Por segmento, engenharia e arquitetura teve a maior retração (-1,66%) em fevereiro em comparação a janeiro, seguido pelo de imobiliário (-1,15%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário apresentou a maior queda (-17,73%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-2,50%), e no Nordeste (-1,01%).
Emprego por regiões do Brasil |
||
Região |
Variação mensal (%) |
Número de novas vagas |
Norte |
-2,50 |
-4.217 |
Nordeste |
-1,01 |
-6.072 |
Sudeste |
-0,73 |
-10.740 |
Sul |
-0,49 |
-2.189 |
Centro-Oeste |
-0,36 |
-775 |
Brasil (Total) |
-0,83 |
-23.993 |
*Os dados da tabela consideram os fatores sazonais
Estado de São Paulo
Em fevereiro, o emprego registrou queda de -0,57% em relação a janeiro, considerando efeitos sazonais, com redução de 4.431 mil vagas. Desconsiderando a sazonalidade, o declínio no período foi de -1,02% (-7,9 mil vagas).
No período, o segmento de engenharia e arquitetura respondeu pelo pior desempenho (-1,81%). Em seguida, o imobiliário apresentou queda de -1,03%.
O estoque de trabalhadores sofreu retração de 773 mil em janeiro para 769 mil em fevereiro.
Em 12 meses, entre as regionais, Santos apresentou a maior queda, de -14,57%. Na capital, que responde por 45% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de -11,53%.
Emprego por regiões do Estado de São Paulo (Fevereiro de 2016) |
||
Região |
Variação mensal (%) |
Número de novas vagas |
Presidente Prudente |
2,40 |
209 |
Ribeirão Preto |
0,28 |
143 |
São José do Rio Preto |
-0,31 |
-95 |
Santo André |
0,69 |
303 |
Sede (capital) |
-0,76 |
-2.658 |
Sorocaba |
-0,94 |
-837 |
Campinas |
-0,57 |
-471 |
Santos |
-1,28 |
-352 |
Bauru |
-0,56 |
-128 |
São José dos Campos |
-0,82 |
-545 |
**A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.
Sobre o SindusCon-SP
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) é a maior associação de empresas do setor na América Latina. Congrega e representa 650 construtoras associadas e 15 mil filiadas em todo o estado. A construção paulista representa 27,5% da construção brasileira, que por sua vez equivale a 5,5% do Produto Interno Bruto do Brasil.
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