Rastro luminoso no céu chama atenção no interior de SP: ‘Achei curioso’, diz morador

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Rastro luminoso no céu chama atenção no interior de SP: ‘Achei curioso’, diz morador 04 setembro 2020

Professor de astronomia da Unesp de Bauru (SP) esclarece que luzes vistas em Gália são a Constelação de Satélites Starlink.

Uma sequência de luzes passou pelo céu de Gália (SP) na noite desta quinta-feira (3) e chamou atenção de um morador da cidade, que registrou o fenômeno.

Segundo Jorge Andery, o rastro luminoso passou por volta das 19h40 e sumiu em questão de segundos. Curiosos, ele e os amigos decidiram gravar a ‘sequência de luz’ para descobrir do que se tratava.

“Foi coisa de 20 segundos e já sumiu, mas fiquei curioso de saber o que era”, conta Jorge.

Os pontos luminosos vistos pelo morador são a Constelação de Satélites Starlink, de acordo com o professor de astronomia e responsável pelo observatório da Unesp de Bauru (SP), Rodolfo Langhi.

A constelação é um projeto em desenvolvimento pela empresa SpaceX, do empresário Elon Musk, para implementar um novo sistema de comunicação baseado na internet. No último dia 24, a sequência luminosa também foi registrada por um morador de Sarapuí.

Visto a olho nu

Satélites também foram vistos por moradores da região de Itapetininga (SP) — Foto: Clube de Astronomia Centauri/Divulgação

De acordo com Langhi, centenas de satélites estão sendo lançados e podem ser vistos a olho nu de qualquer lugar do planeta, desde que tenha condições favoráveis para a observação.

“Para a gente enxergar o satélite artificial, qualquer um, ele sempre precisa refletir a luz do sol, ele não tem uma luz própria. A gente só enxerga porque a luz do sol bate neles e eles refletem, como se fosse um espelho”, explica o professor.

Por isso, o rastro luminoso dos satélites da SpaceX só podem ser vistos nas primeiras horas depois do pôr do sol ou antes do sol nascer. “Você não vai conseguir ver às 23h ou meia noite, por exemplo”, comenta Langhi.

A observação da sequência de luzes também depende da posição em que os satélites estão na órbita da Terra em relação à posição de quem está observando na superfície. Segundo o professor de astronomia, a fileira de luzes é composta pelas dezenas de satélites que são lançados em conjunto.

“Cada foguete que vai leva dezenas de satélites de uma vez, que é o que forma essa fileira e eles vão se afastando cada vez mais, conforme a órbita. A gente só consegue observar assim juntinhos quando são lançados”, explica.

Apesar da beleza do rastro luminoso no céu, que chama atenção dos moradores, e do avanço tecnológico que ele representa, Rodolfo comentou que muitos astrônomos têm ficado preocupados com a presença dos satélites no céu.

“Tem atrapalhado algumas observações. Muitos astrônomos tentam fazer fotos de alguns astros e de repente esse monte de satélites estraga”, comenta o professor.

Para ele, o conhecimento sobre ciência e tecnologia é importante para que as pessoas não tenham medo dos fenômenos diferentes que podem ser observados no céu. No caso de Jorge, que gravou o rastro luminoso, o sentimento principal foi o de curiosidade.

“Eu já tinha conhecimento que estavam passando os satélites, mas não sabia que ainda se tratava disso. Então eu e meus amigos ficamos curiosos”, completa o morador.

Fonte: G1

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