19 dezembro 2025
Revisão do sistema e plano de mobilidade vão definir prioridades de curto e longo prazo

A Prefeitura de Botucatu iniciou um amplo processo de revisão do sistema de transporte público e de planejamento da mobilidade urbana, com foco em soluções estruturais de curto, médio e longo prazo. As informações foram detalhadas pelo prefeito Fábio Leite, em entrevista ao Primeiro Jornal da Prever FM, na manhã desta sexta-feira (19).
Segundo o prefeito, intervenções como obras de drenagem, infraestrutura e mobilidade são complexas, de alto custo e com prazos longos, o que muitas vezes afasta o interesse político, mas são indispensáveis para o futuro da cidade.
“Obras de infraestrutura, de drenagem e viárias são obras pesadas, de longo prazo e alto custo, que políticos normalmente não gostam. Mas essa é a realidade da cidade”, afirmou.
Revisão completa do transporte público
Entre as medidas já em andamento, Fábio Leite destacou a contratação da ANTP (Agência Nacional de Transportes Públicos), de São Paulo, que está realizando uma revisão completa do transporte público de Botucatu. O contrato já está em execução há cerca de 40 dias.
“Eu contratei a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) para fazer a revisão completa do transporte público de Botucatu. E isso tem tudo a ver com o trânsito. Quanto mais eficiente for o transporte público, mais a gente alivia o trânsito particular da cidade”, explicou.
O estudo deve ser concluído entre fevereiro e março, logo após o Carnaval, e vai analisar linhas, horários, itinerários, tipos de veículos e pontos de parada, abrangendo tanto o transporte coletivo quanto o escolar.
“Onde eu devo chegar? Com que tipo de transporte? Onde colocar ponto? Quais as linhas e horários? Essa revisão é completa, tanto do transporte público quanto do transporte escolar”, disse o prefeito.
Transporte escolar supera o público
Durante a entrevista, Fábio Leite chamou atenção para um dado que ajuda a dimensionar o desafio da mobilidade em Botucatu.
“Hoje, o transporte escolar em Botucatu é maior que o transporte público. Nós temos aproximadamente 100 veículos no transporte escolar e cerca de 70 no transporte público”, afirmou.
Técnicos da ANTP já estiveram no município realizando contagem de passageiros e estudos de origem e destino, que identificam os principais deslocamentos da população.
“A gente precisa saber de onde as pessoas saem e para onde vão, para dar mais robustez e estrutura ao transporte público do município”, completou.
Mudanças possíveis mesmo com contrato em vigor
O prefeito também explicou que, apesar do contrato atual do transporte público estar em vigor — com prazo superior a sete anos —, ajustes são possíveis por motivação técnica.
“Na questão de linhas, horários e itinerários, a caneta está na mão da prefeitura. Mudanças são possíveis, inclusive com aditamentos ou ajustes contratuais, se for o caso”, destacou.
Plano de mobilidade para os próximos 50 anos

Além da revisão do transporte, o município está em fase de contratação de uma instituição de notório saber nacional para a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Botucatu.
“Esses especialistas vão avaliar tudo o que precisa ser feito no curtíssimo prazo, como sinalização, semáforos, redutores de velocidade, e também definir a ordem de prioridade dos investimentos de longo prazo”, explicou.
O plano deverá apontar grandes gargalos viários e orientar as futuras gestões.
“Isso vai virar um manual para a cidade, olhando Botucatu para os próximos 50 anos, indicando quais intervenções precisam ser feitas para dar fluidez ao trânsito”, afirmou.
Fábio Leite foi enfático ao afirmar que a cidade não escapará de obras de grande porte.
“Da forma como Botucatu cresceu, com pouca infraestrutura viária de grande porte, a gente não escapa de grandes intervenções e grandes investimentos. As ações pontuais ajudam, mas não resolvem sozinhas”, concluiu.
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