Pesquisadores do IBB Unesp testam modelo de vigilância do Aedes aegypti

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Pesquisadores do IBB Unesp testam modelo de vigilância do Aedes aegypti 24 março 2025

Estudo conduzido no Instituto de Biociências de Botucatu busca aprimorar estratégias de controle do mosquito transmissor da dengue

 Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp – câmpus  Botucatu, pode se tornar uma alternativa eficaz para a vigilância da incidência do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, Zika e chikungunya. O estudo propõe um modelo de monitoramento da presença do vetor, utilizando armadilhas para ovos e mosquitos adultos, permitindo a detecção precoce e facilitando ações de controle mais assertivas.

Coordenado pelo professor Newton Goulart Madeira, docente do Departamento de Biodiversidade e Bioestatística – Parasitologia do IBB, o projeto está sendo realizado ao longo de um ano, abrangendo os prédios do Instituto. A iniciativa busca entender a dinâmica populacional do mosquito em ambiente universitário e avaliar a influência de fatores ambientais na proliferação do vetor. Com base nesses dados, os pesquisadores esperam desenvolver um sistema de vigilância eficiente, que poderá ser aplicado em outras localidades para auxiliar no combate às arboviroses.

Uma das metodologias adotadas no estudo é o uso da ovitrampa, uma armadilha composta por um recipiente cilíndrico escuro com água e uma paleta de madeira em seu interior, onde os mosquitos depositam seus ovos. Essa ferramenta tem se mostrado eficiente na identificação precoce da presença do Aedes aegypti e já é amplamente utilizada na vigilância da dengue em países como Hong Kong, Cingapura, Taiwan e Austrália. No entanto, uma das limitações desse método é a necessidade de inspeção semanal, já que a presença de ovos na água pode transformar a armadilha em um potencial criadouro do mosquito caso não seja devidamente monitorada.

As armadilhas com gel são mais eficientes na detecção do Aedes aegypti  do que a pesquisa larvária. São mais rápidas e menos invasivas nas residências. A armadilha é colocada no exterior, em local protegido do sol e da chuva. Os ovos, postos pelas fêmeas na superfície do gel, não se desenvolvem até adultos, permitindo um prolongamento do período de visita pelo agente às residências. No entanto, não é conhecida sua eficiência em relação às ovitrampas que não possuem gel.

Além da análise espacial e sazonal do Aedes aegypti, a pesquisa comparará a eficácia de diferentes tipos de armadilhas, gerando insights para aprimorar estratégias de monitoramento. O objetivo é fornecer subsídios para políticas públicas e otimizar ações preventivas, reduzindo os impactos causados pelas doenças transmitidas pelo mosquito.

Uma das armadilhas que fizeram parte da pesquisa, ao invés de água limpa para atrair a fêmea do mosquito, utilizou hidrogel, mesma substância presente nas fraldas descartáveis. “Esse teste é muito importante, pois supondo que essa metodologia fosse usada pela área de Vigilância Epidemiológica dos municípios, por exemplo, as armadilhas poderiam ser deixadas por mais de uma semana em pontos estratégicos sem o risco de os ovos depositados se transformarem em mosquitos transmissores. Isso porque as larvas não se desenvolvem no hidrogel”, esclarece o professor Newton Goulart Madeira.

O estudo conta com a participação de alunos de graduação e prevê a implementação de um modelo de análise baseado em dados coletados ao longo das diferentes estações do ano. “Nosso objetivo é oferecer uma ferramenta de vigilância acessível e eficaz, que possa ser incorporada a programas de controle do vetor em diferentes cenários”, destaca o docente.

Com uma abordagem, o projeto do IBB/Unesp reforça a importância da pesquisa científica para o enfrentamento de desafios sanitários e pode representar um avanço significativo na luta contra o Aedes aegypti e as doenças por ele transmitidas.

Assessoria IBB

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