Pesquisa em Botucatu analisa locomoção de suínos com anomalia no casco

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Pesquisa em Botucatu analisa locomoção de suínos com anomalia no casco 23 fevereiro 2017

Estudo realizado na Unesp Botucatu é publicado no American Journal of Veterinary Research

A sindactilia é uma anomalia congênita que pode comprometer o casco, a pele, o tecido fibroso ou os ossos, dependendo da espécie afetada. Nos suínos, o defeito se manifesta pela forma inteiriça do casco, que não apresenta a fenda característica da espécie.

Um trabalho de pesquisa desenvolvido junto ao programa de pós-graduação em Biotecnologia Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, Câmpus de Botucatu, foi pioneiro em descrever, classificar e analisar a ocorrência da sindactilia em suínos, a partir de imagens obtidas em exames de raio X e tomografia. O trabalho também analisou a locomoção dos animais, utilizando uma plataforma de pressão.

O estudo, que resultou na dissertação de Mestrado de Pedro Luis Trevisan Justolin, intitulada “Análise da locomoção e estudos por imagens em porcos com sindactilia”, foi orientado pela professora Sheila Canevese Rahal. Um artigo decorrente do estudo foi publicado no American Journal of Veterinary Research no ano de 2016. As imagens produzidas para o trabalho também ilustraram a capa da edição de janeiro de 2017 da mesma publicação.

“A imagem externa dos cascos de suínos portadores da sindactilia não permite saber o que acontece internamente. Por isso foram feitos exames de raio x e de tomografia que basearam uma classificação”, explicou a professora Sheila.

A análise da locomoção dos suínos com sindactilia também foi uma novidade. Os animais andaram sobre uma plataforma de pressão para averiguar a distribuição do peso. “Os estudos foram feitos com animais jovens, entre 6 e 8 meses de idade, e não foram registrados quaisquer tipos distúrbios locomotores”, comenta a professora Sheila. “A despeito das alterações, a maioria dos dados obtidos com o uso da plataforma de pressão foi similar à dos animais normais”.

Segundo a orientadora do trabalho, o ineditismo do estudo justificou sua repercussão. Nunca haviam sido feitas descrições do problema, talvez pela destinação tradicional dos suínos como de animais de produção. Com o aumento do interesse pela criação de suínos como animais de companhia, tais dados podem auxiliar médicos veterinários em eventuais orientações a proprietários preocupados com essa característica. “Ainda cabem estudos para saber se animais mais velhos, com significativo aumento de peso, podem apresentar problemas”.

O artigo publicado pela American Journal of Veterinary Research tem como autores, além de Justolin e da professora Sheila, Felipe S. Agostinho, Maria Jaqueline Mamprim, Carlos Roberto Teixeira, Danuta P. Doiche e Vivian R. Babicsak.

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