Parque Tecnológico lança Botucatu Biotech Cluster

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Parque Tecnológico lança Botucatu Biotech Cluster 22 outubro 2018

O Parque Tecnológico Botucatu, Instituto de Biotecnologia da Unesp  (IBTEC) e a empresa Verum Ingredients, promoveu na noite do último dia 17 de outubro o lançamento oficial do Botucatu Biotech Cluster. O encontro contou com a participação de mais de 90 pessoas ligadas às áreas de biotecnologia, da iniciativa privada e do poder público.

Com a criação deste Cluster, o Parque Tecnológico Botucatu dá um importante passo para o fortalecimento de sua principal vocação: o da biotecnologia e bioprocessos. “É um salto enorme à Botucatu. Guardadas as devidas proporções, vejo isso como um início de um Vale do Silício, mas na área de biotecnologia”, avalia o diretor científico do Parque e vice coordenador do IBTEC, Prof. Dr. Paulo Ribolla.

“A gente tem toda capacidade técnica para sonhar alto. Temos várias empresas e universidades, entre elas a Unesp, que geram uma quantidade enorme de conhecimento, gente super especializada. A ideia nossa agora é contribuir para que essas pessoas possam abrir seus próprios negócios, colaborar com outras pessoas, e crescer na área de biotecnologia”, complementa.

Como primeiro apoio ao lançamento do Botucatu Biotech Cluster foi assinado um acordo de cooperação entre a Associação Parque Tecnológico Botucatu e a Fipase, entidade gestora do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto. Este acordo prevê o estímulo e promoção de ações no âmbito do empreendedorismo e inovação nas áreas de biotecnologia e processos, tecnologia da informação e saúde.

Além do setor de Biotecnologia, o Parque Tecnológico já possui outros dois clusters. Um no segmento Aeronáutico, em parceria com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, com a implantação de um escritório regional do Brazilian Aerospace Cluster em Botucatu. E outro na área de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) por meio da organização de uma Diretoria Regional da Associação de Empresas de Serviços de Tecnologia da Informação de Marilia (Asserti), em Botucatu.

Apoio à iniciativa

Um dos grandes apoiadores deste cluster é a Biominas Brasil, instituição privada, sediada em Minas Gerais, e que há 28 anos busca criar negócios de grande impacto em Ciências da Vida e Biotecnologia. Desde a aceleração de ideias até à expansão de negócios. Mantém interface direta com pesquisadores, empresas de diferentes portes, governos, e entidades que tenham interessem em investir ou promover parcerias. Possui uma área de 3 mil metros quadrados, utilizada como espaço coworking e instalação de startups.

“A Biominas é uma instituição privada, com objetivo de criar negócios de grande impacto em Ciências da Vida. O que a gente faz, basicamente, é identificar projetos que são bastante promissores e ajudá-los a se estruturarem, crescerem e se desenvolverem. Vimos Botucatu como uma oportunidade e estamos muito satisfeitos de estar participando do lançamento deste cluster. Temos todo interesse em apoiar, trazer nosso know how para a região e poder desenvolver este setor”, enfatiza Eduardo Emrich Soares, presidente e CEO da Biominas Brasil.

“Quando falamos de biotecnologia, falamos de novos medicamentos, mas também de novos diagnósticos, novos equipamentos e produtos que consumimos. Ela está em nossas vidas muito mais do que percebemos. Produtos de limpeza, tecidos de roupa e outros já trazem componentes biotecnológicos. É uma área que tem ainda muitas aplicações a serem feitas, um espaço muito grande, e uma região como Botucatu, que tem toda uma infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento, principalmente na formação de recursos humanos, tem um potencial muito grande para crescer nesta área”, complementa.

Outro grande parceiro do Botucatu Biotech Cluster é a Biorigin, que há 15 anos é uma unidade de negócios do grupo sucroenergético Zilor, sediada na cidade de Lençóis Paulista. Hoje o grupo cresceu. Conta com mais de 400 colaboradores desenvolvendo soluções naturais, a partir da cana de açúcar, voltadas ao bem estar humano e animal.

“Ninguém faz nada sozinho. Por isso a criação do cluster vai ajudar bastante. A gente acredita que a aproximação das empresas com as fontes do conhecimento [das instituições de ensino e pesquisa], vai diminuir o tempo de colocar uma inovação no mercado”, Mário Steinmetz, diretor da Biorigin.

 

Transformar ciência em produto

Inicialmente, 18 instituições, empresas e profissionais aderiram formalmente ao Botucatu Biotech Cluster. Entre eles está o Cevap (Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos), vinculado à Unesp de Botucatu. Com 25 anos de história, completados em 2018, esta importante instituição já tem colhido os frutos após um longo período dedicado à ciência e pesquisa.

Foi lá que o selante de fibrina (rebatizado como biopolímero de fibrina) foi desenvolvido, a partir do veneno de cascavel e sangue de grandes animais. Agora, mais recentemente, esta patente foi adquirida por uma empresa de biotecnologia (Kaivo Biotech – também pertencente ao cluster) que transformará essa matéria prima em novos produtos voltados à saúde humana e animal. Entre eles, um gel para tratamento de feridas na pele.

“O Botucatu Biotech Cluster é uma iniciativa ímpar na aceleração do desenvolvimento tecnológico, especialmente em biotecnologia, na nossa região, pois congrega o incentivo do poder público, o apoio de instituições públicas e privadas, e também o envolvimento e engajamento da sociedade civil. Botucatu tem todas as condições para ser expoente e exportador de biotech, de mão de obra especializada e de bens de consumo e serviços. Isto atualmente já é uma realidade, no entanto, as ações se encontram isoladas e pontuais”, comenta o Prof. Dr. Rui Seabra Ferreira Júnior, que compõe a equipe técnica do Cevap.

“Com a formação deste Cluster, a cooperação entre os diferentes instituições, empresas e profissionais envolvidos neste cenário será expandida. Já o CEVAP participará com seu Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica, com seus bioprodutos já desenvolvidos e toda a tecnologia gerada a partir destes, e também com a Fábrica de Lotes Pilotos de Medicamentos Biológicos para Ensaios Pré-Clínicos e Clínicos. Trata-se de um projeto de R$ 12 milhões, do Ministério da Saúde responsável por construir, em Botucatu a primeira fábrica deste gênero na América Latina”, complementa.

 

Sobre clusters
São aglomerações de empresas e instituições de vários portes e características, de uma mesma área ou segmento de negócio, geograficamente concentradas, onde os atores se relacionam e interagem por meio de elementos comuns e complementares, visando a ganhos de eficiência e maior competitividade.

Sobre o Parque Tecnológico Botucatu
Inaugurado em 14 de abril de 2015 e credenciado no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) em 2016, o Parque Tecnológico Botucatu é vocacionado ao desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços nas áreas de bioprocessos, biotecnologia, meio ambiente, produtos florestais, produtos naturais da fauna e da flora, tecnologias sociais, logística, tecnologia da informação e comunicação, entre outras.

Atualmente conta com dez empresas em seu Núcleo Administrativo: BPI (biologia molecular); Omics (terapia celular regenerativa); Solutudo Brasil Franchising; Solutudo Produtos&Serviços; Água da Mata (fertilizantes orgânicos); Bird View (estratégias em biodefensivos); e Nutrir Orgânicos (soluções para agricultura orgânica), Puma Automóveis, Multigene; Kaivo Pesquisa e Desenvolvimento.

Também dentro do seu Núcleo possui um Espaço Coworking no qual abriga mais cinco empresas: Assovio (desenvolvimento de softwares); Avenir 3D (impressão 3D / prototipagem rápida); Milena Lozano Coaching (desenvolvimento pessoal e profissional); Verum Ingredients (desenvolvimento de ingredientes funcionais); e a AgroXain (agricultura utilizando blockchain).

Nos seus lotes de terrenos já conta com duas empresas que construirão suas sedes: a Mega Whip (desenvolvimento de chicotes elétricos); e um Centro de Desenvolvimento de Softwares da Martucci Melillo.

O Parque Tecnológico Botucatu possui pouco mais de 23.000m², divididos em 20 lotes, voltado a construção de unidades empresariais. Outra área, de 33.000m², está reservada à construção de um Centro Empresarial de 6.000 m² e uma terceira área, de 219 mil m², reservada para futuras expansões.

Além disso, o Parque faz a gestão de duas incubadoras da Cidade: Incubadora Botucatu [Vila São Benedito], com 7 empresas e a incubadora Prospecta [campus da Fazenda Lageado – FCA/Unesp], com 3 empresas. São ambientes que abrigam empresas “nascentes”. O objetivo destes espaços é proporcionar elementos básicos à viabilização, operacionalização e desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços com vistas ao desenvolvimento econômico e social.

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