Natal na pandemia: famílias adaptam festas e especialistas indicam como reduzir os riscos da Covid-19

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Natal na pandemia: famílias adaptam festas e especialistas indicam como reduzir os riscos da Covid-19 23 dezembro 2020

Como será o “novo Natal”? Existe um número certo de quantas pessoas podem participar da celebração? Dá para comemorar com total segurança? A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a aposta mais segura para o Natal é não realizar reuniões familiares, pois nenhuma medida é capaz de impedir totalmente a transmissão da Covid-19.

Para quem não abre mão de celebrar o dia, o ideal é se reunir apenas com pessoas que já moram na mesma casa. “O núcleo que já está em contato todo dia representa, obviamente, um risco menor. Esse núcleo já vai estar familiarizado. Se você vai adicionar alguém com quem não tem esse contato diário, vai adicionar risco. Não tem outra coisa – é risco, sempre”, explica o infectologista Jamal Suleiman.

Para quem pretende comemorar com outras pessoas fora do círculo diário, algumas medidas podem minimizar a chance de contaminação, como ambiente ventilado, máscara, álcool em gel e distanciamento físico.

Veja as orientações de especialistas e como as famílias estão se adaptando:

Encontro virtual: a melhor opção

A aposta mais segura para o Natal é não realizar reuniões familiares, diz a OMS. A melhor alternativa é o encontro virtual. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) tem a mesma recomendação: comemorar virtualmente ou com pessoas de sua própria casa.

O cantor barítono Alberto Del Lopes apostou na criatividade para manter a família reunida: contratou uma empresa para realizar o evento virtual com direito à música e ceia completa, que será enviada aos participantes. “Em vez de 14 pessoas reunidas, teremos apenas quatro”.

O encontro virtual também foi a alternativa escolhida pela família Alano. Para preservar o avô, que tem 91 anos e realiza tratamento de hemodiálise, Thamirys Alano contou que os familiares cancelaram a festa, que reunia uma média de 20 pessoas. Cada família ficará na sua casa e a reunião será através de uma videochamada.

Ambiente ventilado e aberto

Se decidir fazer uma reunião presencial, uma forma de minimizar os riscos é escolher um lugar aberto – principalmente se envolver pessoas de fora do núcleo familiar.

A infectologista Rosana Richtmann explica que não existe um número certo de pessoas. “Não existe número mágico. Se você chamar outro núcleo familiar é muito importante ser em um ambiente aberto, ventilado, um lugar que você consiga fazer o distanciamento. E o mais importante: sempre usar máscara”.

Veja algumas dicas da Fiocruz:

  • Use máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo
  • Tenha um saco para guardar a máscara quando estiver comendo ou bebendo e a mantenha limpa e seca entre os usos
  • Tenha uma máscara limpa extra, para o caso de necessidade de troca
  • Evite aglomerações e mantenha a distância de, pelo menos, dois metros entre os participantes
  • Evite apertos de mão ou abraços
  • Dê preferência a locais abertos ou bem ventilados
  • Evite o uso de ar condicionado
  • Evite música alta para que as pessoas não tenham que gritar ou falar alto

Dividir as pessoas por núcleo foi a solução encontrada pela família de Rebeca Folgueral para preservar os idosos e pessoas com comorbidades. Quando todos se juntam, o grupo chega a ter cerca de 150 pessoas. Neste ano, cada tio deverá passar o almoço de Natal com a família de seus filhos e netos. Durante as festas simultâneas, a família planeja fazer uma chamada de vídeo.

O “novo Natal” na casa de Daniela Cotta também será restrito ao núcleo familiar mais próximo, bem diferente das festas de fim de ano de 2019, quando reuniu muitos parentes e amigos. “Vamos receber apenas minhas duas tias, minha sogra e meu cunhado. Minha mãe está morando com a gente desde o início da pandemia”, disse.

Viagens e deslocamentos

Está pensando em viajar para as festas? Richtmann explica que viagens e deslocamento são mais um risco para contaminação. O CDC aponta a exposição durante a viagem como um elemento que pode aumentar o risco de disseminar a Covid-19 em reuniões presenciais.

“Aeroportos, estações de ônibus, estações de trem, transporte público, postos de gasolina e paradas de descanso são todos lugares onde os viajantes podem ser expostos ao vírus no ar e em superfícies”, explica o CDC.

Para não se expor ao risco de contaminação, a família do Antonio Carlos Zioli decidiu cancelar a celebração de Natal. Alguns parentes não moram em São Paulo (local onde todos se encontravam para as festas de fim de ano). “Desde que me lembro por gente, a família toda ficava reunida para a véspera do Natal e o almoço do dia seguinte. Com a pandemia, decidimos que era melhor não correr o risco, então cada um vai passar o Natal em sua casa”, conta.

A reunião do Natal será feita apenas com o núcleo que convive quase todos os dias: Antonio, sua esposa, um filho, uma neta e duas irmãs. “Celebrar a família pode ser feito mesmo que a distância. Proteger nossos entes queridos é também um ato de amor”, diz Antonio.

Fonte: G1

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