Músico Skowa, do trio Mocotó, morre aos 68 anos em Botucatu

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Músico Skowa, do trio Mocotó, morre aos 68 anos em Botucatu 15 junho 2024

Marco Antônio Gonçalves dos Santos estava internado desde o dia 30 de maio, no Hospital das Clínicas de Botucatu, após uma sofrer uma parada cardiorrespiratória. Músicos, atores e amigos foram às redes sociais lamentar a perda.

Artistas e outras personalidades lamentaram, nesta sexta-feira (14), a morte do cantor e multi-instrumentista Marco Antônio Gonçalves dos Santos, mais conhecido como Skowa, do Trio Mocotó, aos 68 anos.

A informação foi confirmada pelo Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu, no interior de SP, onde o músico estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 30 de maio, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. De acordo com o HC, ele morreu por volta das 20h40 de quinta-feira (13).

Considerado um símbolo da black music brasileira, Skowa integrava desde 2003 o Trio Mocotó, grupo de samba-rock no qual foi admitido como percussionista para substituir Luiz Carlos de Souza Muniz, o Fritz Escovão, que saíra do trio em 2002.

Além disso, o músico fez sucesso na década de 1980, com a criação da banda Skowa e a Máfia, que durou de 1987 e 1991. Líder do grupo, Skowa foi precursor na introdução e popularização do ska no país, misturando habilmente esse gênero com elementos distintos da música brasileira.

Com uma contribuição de décadas para a música, incluindo o pioneirismo no samba-rock, que mescla elementos dos dois estilos musicais, o adeus ao músico veio em forma de reverência nas redes sociais.

“Perdi um amigo. Perdemos. Fica mais triste sem você, Skowa. Obrigada amigo. E que artista vibrante. Ensinando tanto sempre”, despediu-se a atriz Marisa Orth, que fez parte do grupo Luni, outro sucesso da década de 1980.

O músico André Abujamra, um dos amigos de Skowa, também lamentou a morte do artista.

“Skowa, partiu sem ir, amigo querido, mestre! Que saudade que já estou e que saudade que vai fazer pra todos os músicos, amigos que fez! Me ensinou a escutar música sem equalizar, me chamou pra escutar os arranjos de metais que estava fazendo pro Skowa e a Máfia, me convidou pra colocar uma guitarra na música zumbi (e nunca consegui tirar ela depois, nem o tonho penhasco). Fica muita história de amizade, música e amor”, escreveu.

“Maior respeito pelo amigo querido e grande artista de coração gigante. Certeza que onde ele estiver só deve ter amor, som e luz. Puxa vida, Skowa, aqui ficou mais besta”, escreveu Taciana Barros, ex-Gang 90 e Absurdettes.

“O querido Marco Antônio Gonçalves dos Santos, Don Skowa, partiu para outro plano ontem à noite. Nossa tristeza é grande mas nosso amor por ele e todas as coisas boas que passamos juntos é maior. Nossos sentimentos e nosso carinho para a família e amigos e nossa gratidão a todos que estão nos mandando mensagens. Muito axé e muita luz pra ele sempre. Ass: João Parahyba, Nereu São José e toda a família Mocotó”, publicou o perfil oficial do Trio Mocotó.

Influência na música brasileira

O compositor e polivalente instrumentista paulistano Marco Antonio Gonçalves dos Santos, conhecido artisticamente como Skowa, é amplamente reconhecido na área por sua contribuição à música brasileira.

Skowa iniciou sua jornada profissional em 1975 e, com sua banda Skowa e a Máfia, explorou uma mescla interessante de black music, samba e ritmos caribenhos, na qual ganhou destaque com o álbum “Atropelamento e Fuga”. Com um conjunto diversificado de influências, o grupo ajudou a definir um novo contorno para a música popular brasileira da época.

Após a dissolução de Skowa e a Máfia, o músico não parou de influenciar a cena cultural brasileira. Ele fundou o Grêmio Recreativo Amigos do Samba, Rock, Funk & Soul, no qual colaborou com grandes nomes, como Jorge Ben Jor.

No Trio Mocotó, ao lado de João Parahyba e Nereu Gargalo, ele seguiu se apresentando até seu último show, que ocorreu no Festival Sesc de Cultura Negra, em São Paulo. Ele também deixa o seu nome em grupos como Clube do Choro, Premeditando o Breque e Sossega Leão.

Com uma carreira marcada pela versatilidade, suas contribuições foram diversas, permeando não somente a música, mas também o cinema, teatro e o rádio, no qual chegou a comandar programas na Rádio USP.

Segundo o jornalista Mauro Ferreira, em seu blog no g1, o nome artístico, Skowa, foi um drible do músico no preconceito racial sofrido na escola por causa do cabelo black power, alvo de ofensas.

Por ter sido xingado de “Escova” na escola em razão do cabelo, o jovem teve a ideia de se chamar Skowa. E foi assim que Marco Antonio Gonçalves dos Santos fez nome e história na música brasileira.

Fonte: g1

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