Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia, de Botucatu, prepara exposição permanente sobre eras geológicas

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Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia, de Botucatu, prepara exposição permanente sobre eras geológicas 27 setembro 2023

O projeto está sendo realizado por meio do PROAC – Programa de Ação Cultural e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo

O MAGMA – Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia, de Botucatu, iniciou a construção de uma calçada educativa, expondo a cronologia das Eras Geológicas, com os acontecimentos mais importantes de cada uma delas. O projeto está sendo realizado por meio do PROAC – Programa de Ação Cultural e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e conta com a atuação de diversos profissionais e especialistas. 

A equipe está atuando desde a estruturação da cronologia dos fatos até a produção da calçada, que será uma exposição de longa duração ao ar livre e estará localizada no MAGMA. A inauguração da Calçada Geológica está prevista para o dia 18 de novembro já na nova sede do Museu, localizada no imóvel onde funcionava o antigo laticínio Cambará, no bairro Demétria, em Botucatu. A coordenação geral do projeto é da diretora do MAGMA, Berenice Balsalobre.

A cada 10 metros, 1 bilhão de anos

A calçada das Eras Geológicas terá 46 metros de extensão, retratando 27 eras com as principais transformações e evoluções geológicas. A cada 10 metros, serão retratados 1 bilhão de anos da escala do tempo geológico, e a cada 1 metro de calçada, 10 milhões de anos de história serão detalhados através de desenhos e descrições. No total, 100 milhões de anos serão apresentados na calçada das Eras Geológicas, desde o colapso que deu origem ao Sistema Solar, até o surgimento dos primeiros seres humanos na África. 

O projeto tem como missão compartilhar conhecimento de forma acessível e de fácil compreensão, para que os visitantes de todas as idades sintam-se acolhidos e possam aprender sobre os Éons e os principais acontecimentos e transformações. Luiz Eduardo Anelli é paleontólogo, pesquisador, escritor brasileiro e professor universitário do Instituto de Geociências – USP e atuou junto ao MAGMA na estruturação da metodologia da calçada. 

“A vida do Homo sapiens parece não existir nesta maravilhosa história”.

O especialista explica sobre a riqueza de detalhes e a imensidão de fatos que marcam cada metro que será exposto na calçada, e exemplifica a grandiosidade das Eras Geológicas.  “A apenas seis metros do final surgiram os primeiros animais e, bem mais tarde, os dinossauros. A vida do Homo sapiens parece não existir nesta maravilhosa história, surgindo somente a 2mm do seu final”, observa. 

Quando questionado sobre a importância de um mosaico como este para o aprendizado comum da sociedade, o professor Anelli afirma: “Essa calçada tem essa função: nos ligar ao mundo. Nós nos desligamos do mundo e nos ligamos a internet. Precisamos nos reconectar com o mundo. Precisamos ir lá e plantar uma semente, molhar uma planta, ver uma planta crescer, plantar uma árvore, observar aves. Um projeto como este, de contar a história do mundo, fala para as pessoas, para os alunos, para os professores: este mundo tem uma história, você está aqui por causa disso. Isso nos traz um certo alento, entender que nós fazemos parte de sistemas naturais”, observa.

Facilitar o acesso à informação científica e estimular o interesse pela pesquisa

O novo projeto do MAGMA é uma iniciativa pedagógica que visa aproximar o conhecimento da população local, facilitando o acesso de crianças e jovens ao universo de informações contidas nas eras geológicas, estimulando o interesse pela pesquisa desde a infância e juventude. A ‘Calçada das Eras Geológicas’ do MAGMA será uma exposição de longa duração e estará aberta à visitação de toda a comunidade, priorizando a presença das escolas com horários marcados e uma equipe de pesquisadores do âmbito educacional para solucionar dúvidas e tornar essa experiência muito mais imersiva. 

Um olhar artístico – Gaya Rachel é artista plástica e responsável pelo desenvolvimento dos desenhos que estarão presentes na Calçada Eras Geológicas. Ela diz considerar positivo o desafio de definir formas, cores e padrões para um projeto tão desafiador em sua carreira. “Me chama bastante a atenção o que são essas formas que existiam, mas que a gente nunca viu. Só vimos desenhos e simulações, só vimos os fósseis, mas não os animais em si“, pondera.

Entusiasmada e honrada em participar do processo criativo da Calçada Eras Geológicas do MAGMA, Gaya destaca parte do processo criativo do seu trabalho e os desafios que a impulsionam durante o desenvolvimento de cada fase: “Pensar como eram as paisagens, as plantas, tanto aquáticas como terrestres, pensar como eram as cores, é muito legal. Tem sido um prazer imenso e um aprendizado muito grande entender mais sobre tudo isso que aprendemos um pouco na escola, mas jamais tão profundamente assim”. 

Sobre o MAGMA

O Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia iniciou suas atividades em 2006, na cidade de Botucatu, reunindo uma ampla coleção de minerais, rochas e fósseis doadas pelo professor Erich Blaich. O MAGMA tem como objetivo principal contribuir com conhecimentos de geociências, mineralogia, paleontologia e educação ambiental a partir do seu acervo, um espaço de apoio pedagógico para a comunidade. 

O MAGMA atua diretamente no incentivo à educação de jovens e crianças, realizando estudos, facilitando o acesso a documentos e itens históricos para pesquisas e atuando em projetos voltados para o cuidado com o patrimônio geológico, natural e ambiental, e à geodiversidade.

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