Grupo trabalha para que Papa canonize Ana Rosa

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Grupo trabalha para que Papa canonize Ana Rosa 23 agosto 2014

Fotos: Valéria Cuter

 

Já fazem alguns anos que um grupo de pessoas por iniciativa das professoras botucatuenses Fátima Fogaça e Vanda Bianchi  colhem assinaturas com o objetivo de conseguir a canonização da camponesa Ana Rosa (ou Anna Roza) Pereira, cujo jazigo se transformou num ponto turístico de Botucatu e é, seguramente, o mais visitado do Cemitério Portal das Cruzes, principalmente, no Dia de Finados. Dois importantes documentos foram conseguidos pelo funcionário público e fotógrafo David Devidé, que fará parte do processo a ser  encaminhado ao Papa Francisco: Certidão de Casamento e Certificado de Óbito.


Milhares de pessoas visitam o cemitério, para conhecer ou fazer suas preces junto ao jazigo todos os anos, e para muitas delas, através de orações e promessas feitas em nome dela, pode-se conseguir milagres. Sobre seu jazigo estão anexadas dezenas de placas de bronze em agradecimento de pessoas que teriam conseguido milagres.

Fátima Fogaça diz que conta com dezenas de testemunhos de pessoas que conseguiram a graça do milagre por intermédio de orações feitas a Ana Rosa. “Por isso, documentamos tudo, pois acreditamos que é possível transformá-la em santa. Estamos coletando a assinatura de pessoas que receberam a graça para enviar o documento à Cúria de Botucatu e esta poderá fazer o encaminhamento ao Vaticano para que nosso papa possa avaliar a possibilidade da canonização”, disse a devota.

 

História de Ana Rosa

 

A história de Ana Rosa é bastante interessante. Ela nasceu em Avaré a ainda na adolescência (13 anos) casou-se com Francisco de Carvalho Bastos, de 40 anos, conhecido pelo apelido de Chicuta, um carreiro (que transportava gado de um lugar para outro). Temperamental e machista trazia a mulher “num cortado”, dito popular na década de 70 do século XIX, que significa poder supremo sobre a companheira, com um ciúme doentio e a maltratava tanto moralmente como fisicamente.

Cansada de sofrer e ser humilhada, ela resolveu fugir de casa, saindo a cavalo rumo à Botucatu, onde pediu abrigo e ajuda na casa de uma mulher conhecida por Fortunata Jesuína de Melo, proprietária de um cabaré. Chicuta quando chegou em casa e percebeu que havia sido abandonado, resolveu se vingar e contratou José Antonio da Silva Costa, o Costinha, e Hermenegildo Vieira do Prado, o Minigirdo, para matarem Ana Rosa. Ela, então, foi assassinada, brutalmente, e esquartejada às margens do rio Lavapés em 21 de junho de 1885, com 20 anos de idade.  No local de sua morte foi erguida uma capela, hoje Avenida Mario Barbieris, entrada para a Cohab I,  que recebe muitos turistas.

Os criminosos foram presos e condenados. Costinha após cumprir pena saiu e morreu esmagado quando cortava uma árvore. Minigirdo morreu na prisão, vítima de varíola. Chicuta, numa tarde de sexta feira, ia voltando da cidade para a fazenda quando sua carroça puxada por bois parou, de forma misteriosa. Nervoso, batia nos animais, mas o carro não saía do lugar. Ao se deitar no chão para verificar as rodas do carro, os bois seguiram e as rodas separaram sua cabeça do corpo. Para muito foi a vingança de Ana Rosa.

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