Grupo de fiéis busca a canonização de Ana Rosa

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Grupo de fiéis busca a canonização de Ana Rosa 02 novembro 2012

Fotos: Valéria Cuter

Um grupo de pessoas liderado pelas professoras Fátima Fogaça e Vanda Bianchi, passaram o Dia de Finados no Cemitério Portal das Cruzes colhendo assinaturas com o objetivo de conseguir a canonização da camponesa Ana Rosa, cujo jazigo se transformou num ponto turístico.

Milhares de pessoas visitam o cemitério, para conhecer ou fazer suas preces junto ao jazigo todos os anos e para muitas pessoas através de orações e promessas feitas em nome dela, pode-se conseguir milagres. Sobre seu jazigo estão anexadas dezenas de placas de agradecimento de pessoas que teriam conseguido seus milagres.

Segundo Vanda Bianchi, já estão assinados dezenas de testemunho de pessoas que conseguiram a graça do milagre por intermédio de orações feitas a Ana Rosa. “Por isso, estamos documentando tudo, pois acreditamos que é possível transformá-la em santa. Estamos coletando a assinatura de pessoas que receberam a graça para enviar o documento ao padre Marcelo Prado na Cúria de Botucatu e este poderá fazer o encaminhamento ao Vaticano para que o Papa Bento XVI possa avaliar a possibilidade da canonização”, disse Vanda Bianchi,

Para o funcionário público, o historiador e fotógrafo, David Devidé a iniciativa do movimento pró-canonização de Ana Rosa é válido. “Quem visita o túmulo dela pode observar muitas placas de agradecimento pelos milagres recebidos. Não são duas ou três pessoas e sim mais de uma centena. Eu nem sei quantas vezes contei a história de Ana Rosa para pessoas que se interessaram pelo assunto”, frisou Devidé.

{n}História de Ana Rosa{/n}

A história de Ana Rosa é bastante interessante. Ela nasceu em Avaré a ainda na adolescência casou-se com Francisco de Carvalho Bastos, conhecido pelo apelido de Chicuta, um carreiro (que transportava gado de um lugar para outro) que trazia a mulher “num cortado”, ditado popular na década de 70 do século XIX, que significa poder supremo sobre a companheira.

Temperamental e machista, Chicuta tinha um ciúme doentio de Ana Rosa e começou a tratá-la mal, tanto moralmente como fisicamente, transformando a vida daquela mulher num martírio. Cansada de sofrer, ela resolveu fugir de casa, saindo a cavalo rumo ? Botucatu, SP. Lá Chegando pediu abrigo e ajuda na casa de uma mulher conhecida por Fortunata Jesuína de Melo, proprietária de um cabaré.

Chicuta quando chegou em casa não encontrou Ana Rosa. Como um louco saiu ? procura da esposa e arrumou a vingança. Foi atrás da fugitiva e chegando ? Botucatu contratou José Antonio da Silva Costa, o Costinha, e Hermenegildo Vieira do Prado, o Minigirdo, pra matarem Ana Rosa.

Costinha se fez passar por um bom homem e ofereceu cobertura para Ana Rosa deixar o marido. Mal sabia ela que caminhava para uma cilada mortal. Quando Ana Rosa chegou com Costinha nas proximidades do Rio Lavapés, avistou seu marido e se deu conta da emboscada armada contra ela. A moça pediu a todos os santos para que não a matassem e mesmo assim os assassinos sem piedade consumaram o crime, esquartejando-a. Ana Rosa morreu no dia 21 de junho de 1885, com vinte anos de idade. Era nascida no município de Avaré, SP.

Os criminosos foram presos e condenados. Costinha após cumprir pena saiu e morreu esmagado quando cortava uma árvore. Minigirdo morreu na prisão, vítima de varíola. Chicuta, numa tarde de sexta feira, ia voltando da cidade para a fazenda quando sua carroça puxada por bois parou, de forma misteriosa.

Nervoso, batia nos animais, mas o carro não saía do lugar. Ao se deitar no chão para verificar as rodas do carro, os bois seguiram e as rodas separaram sua cabeça do corpo. Para muito foi a vingança de Ana Rosa. A história de Ana Rosa é relatada na música “Ana Rosa” de Carreirinho e gravada em 1957 pela dupla Tião Carreiro e Pardinho.

{n}Canção Ana Rosa{/n}

Ana Rosa casou com Chicuta um caipira bastante atrasado
Levava a vida de carreiro fazendo transporte era o seu ordenado
Tinha um ciúme doentio pela moça, que dava pena do coitado
Batia na pobre mulher com a vara de ferrão de bater no gado, ai.
Resolveu abandonar o marido porque a vida já não resistia
Quando chegou em Botucatu aquela cidade toda dormia
Só encontrou uma porta aberta mas ali não entrava família
Resolveu contar sua história e se abrigar até no outro dia.
O Chicuta quando chegou em casa, Ana Rosa não encontrou
Ele arreou sua besta e como uma fera a galope tocou
Na chegada de Botucatu pra um caboclo ele perguntou
Seu moço essa mulher lá nas “fortunata” vi quando ela entrou, ai.
Num barzinho ali da saída sem destino resolveu chegar
Encontrou com um tal Menegildo e com o Costinha pegou conversar
Vocês querem pegar uma empreitada só se for pra não trabalhar
Pra matar a minha mulher minha proposta vai lhe agradar, ai.
O Costinha montou a cavalo e tocou lá pra “fortunata”
Conversando com Ana Rosa disse que era um tropeiro da zona da mata
Meu patrão lhe mandou uma proposta diz que leva e nunca lhe maltrata
Seu marido anda a sua procura jurou que encontrando ele te mata.
Ana Rosa montou na garupa e o cavalo saiu galopeando
Quando chegou no”lava-pé” aonde os bandidos já estavam esperando
Quando ela avistou seu marido, para todo santo foi chamando
Vou perder minha vida inocente partirei com Deus deste mundo tirano, ai.
Derrubaram ela da garupa já fazendo cruel judiação
Foi cortando ela aos pedaços uma preta assistindo a cruel judiação
Foi correr dar parte a autoridade já fizeram imediata prisão
Hoje lá construíram uma igreja tem feito milagre pra muitos cristãos, ai.

{n}Oração a Ana Rosa{/n}

“Oh! Alma piedosa de Ana Rosa, vós que tão bem conheceis os sofrimentos desta vida, intercedei por nós junto a Todos os Santos, a Nossa Senhora Mãe de Deus e a Jesus seu filho e rogai pela diminuição de nossa provação e pela solução dos nossos problemas (pensar no problema) e ajudai-nos a sermos merecedores da Misericórdia Divina.”

(Rezar três “Pais Nossos” e três “Aves Marias”)

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