Empresa Caio confirmou em nota e cita instabilidade do mercado
O Grupo Caio demitirá esta semana 270 colaboradores de sua unidade em Botucatu. A informação foi divulgada nesta terça-feira, dia 21, pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu, Claudio Beiço.
Em conversa com o Acontece Botucatu, Beiço disse que as demissões serão homologadas entre esta terça-feira (21) e quarta-feira (22). Ainda são discutidas internamente outras ações para o período.
“Agora estamos em negociação para evitar mais demissões”, colocou o dirigente sindical (ver nota completa ao final da reportagem).
O fato também foi confirmado pela empresa através de uma nota oficial. Em comunicado a Caio alegou que a situação do mercado de ônibus não evoluiu como esperado. Também cita incertezas políticas, econômicas e a pandemia.
Segundo a Caio, foram priorizados os aposentados e aqueles que gostariam de ser desligados por motivos pessoais. O Grupo Caio está em fase de definição de outras medidas para esse período considerado de baixa produção, como Acordo Coletivo, lay-off
Confira a nota na íntegra do Grupo Caio
“O Grupo Caio vem divulgando durante este ano, em suas comunicações internas e para a comunidade, que a situação do mercado de ônibus não evoluiu como esperado, devido às incertezas políticas e econômicas, também agravadas pela pandemia. Essa instabilidade impacta toda a cadeia produtiva.
Fatores externos que influenciaram: a maior parte das frotas de ônibus do país não está trabalhando com sua capacidade máxima; o número de passageiros diminuiu devido à pandemia (necessidade de distanciamento), muitas empresas adotaram o home office (trabalhar em casa), entre outros.
O Grupo Caio analisou as melhores soluções a serem adotadas para reduzir o impacto dessa crise, mantendo a saúde das empresas e o máximo de empregos possível.
Informamos que infelizmente foi necessário o desligamento de alguns colaboradores do Grupo para reduzir a defasagem entre a quantidade de pedidos e produtos programados para a produção.
É necessário frisar que foram priorizados, o máximo possível, os aposentados e aqueles que gostariam de ser desligados por motivos pessoais.
O Grupo Caio está em fase de definição de outras medidas para amenizar ainda mais este período de baixa produção, como Acordo Coletivo, lay-off (Lei 476A da CLT- Bolsa Qualificação) e férias.
Os colaboradores, a imprensa e a comunidade serão informadas sobre novas decisões por meio dos canais oficiais de comunicação das empresas.
O Grupo Caio mais uma vez ressalta que todas as decisões, presentes e futuras, têm como prioridade fazer o melhor para todos”.
Confira nota na íntegra do Sindicato dos Metalúrgicos
“Terminou há pouco a reunião entre a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e a empresa Caio. A empresa Caio acenou com a demissão, entre hoje a amanhã, de quase 270 colaboradores, inclusive com a possibilidade de parcelamento dos haveres rescisórias.
O Sindicato não poderia pactuar com tal decisão, o que foi refutado de imediato, e as rescisões serão pagas de uma única vez, observando a legislação trabalhista. Ainda, o Sindicato buscou junto aos Colaboradores aqueles que já desejavam a rescisão de contrato e estavam na iminência de pedir demissão.
Assim, das 270 rescisões de contrato, cerca de 130 são de colaboradores que já desejavam sair. Assim, o Sindicato confirma as 270 rescisões e manifesta a sua solidariedade as famílias, que nesse duro momento de Pandemia, perderam o seu sustento.
O Sindicato vai continuar trabalhando dentro da legalidade e de suas possibilidades para que novas demissões não aconteçam e também para que ocorram novas contratações em um futuro próximo.
Sempre deixamos aberta a porta do diálogo com a Caio e com qualquer empresa metalúrgica de nossa cidade, buscando amenizar os trágicos efeitos econômicos da Pandemia de Covid-19 e também ofertamos e continuaremos a ofertar às empresas, possibilidades previstas dentro da lei trabalhista para que os postos de emprego sejam mantidos.
Assim, reafirmamos nosso compromisso com os metalúrgicos e esperamos que novas demissões não aconteçam”, fecha a nota assinada por Cláudio Beiço, presidente do sindicato dos metalúrgicos de Botucatu e Região.
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