
Proposta de Tarcísio de Freitas prevê aumento acima da inflação para o piso paulista, mas percentual menor para o funcionalismo gera críticas

O Governo do Estado de São Paulo encaminhou à Assembleia Legislativa (Alesp), nesta quarta-feira (30), dois projetos de lei que tratam de reajustes salariais. Um deles eleva o salário mínimo paulista para R$ 1.804,00 — um aumento de 10% em relação ao piso atual, definido em 2024 — e o outro concede apenas 5% de reajuste aos servidores públicos estaduais. A diferença de tratamento entre os dois grupos chama atenção e já começa a gerar debate.
Segundo o governador Tarcísio de Freitas, o novo valor do salário mínimo representa um ganho real de 27% desde o início de sua gestão, superando novamente a inflação do período, que foi de 4,77%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “É uma injeção de recursos na nossa economia, que será extremamente relevante”, declarou o governador.
O reajuste do piso estadual acumula crescimento de 40,5% desde 2022, muito acima da inflação de 15,1% registrada no mesmo intervalo. O novo valor, se aprovado, será 18,84% maior que o salário mínimo nacional, atualmente fixado em R$ 1.518,00.
Por outro lado, o projeto de lei complementar enviado pelo Executivo concede apenas 5% de aumento para mais de 925 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas do Estado. O reajuste vale para diversas categorias, como saúde, educação, segurança, assistência social, entre outras. O percentual também incide sobre gratificações e sobre a Unidade Básica de Valor (UBV), que passará de R$ 120,68 para R$ 126,71.
O governo estima um impacto de R$ 2,4 bilhões em 2025 e R$ 3,7 bilhões para os anos seguintes com o reajuste dos servidores. Também está prevista uma atualização de 10% no piso salarial pago por abono complementar, para quem recebe abaixo dos valores de R$ 1.804, R$ 1.353 e R$ 902, dependendo da jornada de trabalho.
A diferença entre os percentuais propostos — 10% para o piso paulista e 5% para os servidores — levanta questionamentos sobre a valorização do funcionalismo público estadual. Ambos os projetos ainda precisam ser aprovados pelas comissões da Alesp antes de seguirem para votação no Plenário.
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